O Arcebispo de Madri e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Antonio Maria Rouco, condenou a neutralidade e o silêncio que, a seu juízo, pratica-se frente ao terrorismo.

"Não se pode ser neutro ante o terrorismo, que cala é responsável por sua existência", sentenciou o Cardeal durante sua intervenção na clausura do VI seminário sobre Informação, Vítimas e Terrorismo, organizado pelo Observatório Internacional de Vítimas do Terrorismo da Fundação Universitária São Pablo-CEU.

Ao longo da conferência, o Cardeal Rouco se remeteu à Instrução Pastoral "Terrorismo, suas causas e conseqüências" e à valoração de fenômeno "intrínsecamente perverso" que nela se faz deste problema. Por isso, explicou que o terrorismo "não se pode justificar moralmente" e distinguiu esta lacra de ser considerada uma forma de guerra ou um ato de resposta justificada ante uma agressão.

Do mesmo modo, o Cardeal confia a conversão dos criminosos se estes reconhecerem "a maldade intrínseca do terrorismo" e demonstram "vontade de reparação", para logo acrescentar que "não se pode ser cristão se não se rechaçar sem equívocos o terrorismo".

Por outra parte, e citando outra vez a Instrução Pastoral, o Presidente da CEE esclareceu que o diálogo ao que exorta este documento publicado em 2002 não se refere a "falar com o ETA, mas sim ao diálogo entre as diferentes instituições para aperfeiçoar as formas de organizar a convivência em termos de liberdade e justiça".