MADRI, 20 de nov de 2008 às 02:25

O Conselho de Sanidade de Madrid decidiu retirar de circulação uma guia sanitária para prevenir o AIDS entre os adolescentes e abrir uma investigação sobre sua distribuição porque o texto apresenta a abstinência como o meio mais eficaz para evitar o contágio.
“Essa guia estava expressamente proibida. vamos abrir um inquérito informativo, reservado, para contrastar sua distribuição dentro do hospital”, declarou à imprensa o conselheiro de Sanidade madrilense Juan José Güemes, ao ser consultado sobre a guia “Adolescentes frente ao AIDS: pergunta com resposta” repartida gratuitamente há vários meses em hospital Carlos III de Madrid.
Conforme informou o periódico A Gazeta dos Negócios, o folheto foi editado pela Fundação Investigação e Educação em AIDS (IES), que depende do serviço de enfermidades infecciosas do hospital Carlos III, e que já se distribuiu na consulta deste hospital público, em colégios, clubes juvenis ou associações de familiares de doentes de sida.
O jornal sustenta que o problema radica em que a guia “alude à abstinência como melhor remédio à enfermidade” e “algo que a primeira vista deveria tomar-se como o meio mais lógico, derivou em múltiplos críticas de parte do setor mais liberal”.
“Como todo texto de divulgação científica, esta guia se apóia em dados concretos e experimentados, de fato, assim o reflete o folheto que dita que o que se difunde são mensagens ‘rigorosas e avaliadas por dados científicos, sem dar capacidade a opiniões’”, adiciona o jornal.
Do mesmo modo, explica que “a polêmica surge no momento em que a guia acrescenta a estes dados a defesa do ‘amor verdadeiro’ apoiado na fidelidade ao casal e na castidade, inclusive a um nível acima da masturbação, a promiscuidade e o aborto”.
Em declarações difundidas pelo País, Pablo Labarga, médico do serviço de enfermidades infecciosas de Carlos III e um dos autores do livro, explicou que a guia “se apóia totalmente em evidências científicas".
A guia cita três condutas sexuais cientificamente qualificadas de risco: a sexualidade precoce, a promiscuidade sexual e as condutas homossexuais.