O Cardeal Arcebispo Primaz de Toledo, Antonio Cañizares, alertou que “as maiorias parlamentárias e grupos de interesse” estão criando direitos “de forma artificial”, como o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, o aborto ou a eutanásia.
Em uma conferência na Assembléia ordinária do E-Cristians em Barcelona, o Cardeal Cañizares considerou que a “praga” do divórcio ou o matrimônio homossexual tiram à sua família "forma natural". Além disso, criticou os “atentados contra a vida humana”, como o “injustificável terrorismo”, os abortos, a “fabricação” de embriões, a eutanásia e o comércio de órgãos, disse.
O Cardeal sublinhou a “ruptura antropológica cultural” assentada no relativismo moral, baseada na extensão de novos direitos, no laicismo “radical” e na ideologia de gênero, comentou.
“O laicismo remonta e amplia a secularização do mundo e a da própria Igreja, a mais grave”, ressaltou, reiterando que “não é possível um Estado ateu, já que leva a destruição do homem”. Entretanto, acrescentou que sua intenção não é fomentar uma sociedade confessional, “embora oxalá”, sentenciou.
O Arcebispo de Toledo lamentou que se aproximam “tempos muito difíceis para a Igreja”, já que a humanidade se encontra em uma das revoluções ”mais insidiosas” de sua história, nas que não se sabe “o que é bom e o que é mau”, devido à quebra moral e o cepticismo de uma sociedade “cheia de ficções e enganos”, indicou.
“Não pode haver sociedade próspera e livre à margem de Deus”, evidenciou, e destacou a necessidade de atrair às novas gerações de cristãos, “que não sucumbem ao poder de sedução da destruição do mundo”.
Apóio à Cadeia COPE
Depois da decisão da Generalitat de Cataluña de retirar duas licenças à Cadeia COPE, o Arcebispo de Toledo se mostrou como um muito firme defensor da liberdade de informação e lamentou tudo o que suponha cercear essa liberdade.
O Cardeal Cañizares pediu que COPE corresponda às exigências do que a caracteriza em sua identidade: a verdade que nos faz livres, e que esteja ao serviço de nossa sociedade fazendo possível que surja uma humanidade nova conforme a que vemos em Jesus Cristo.
O Cardeal também lembrou que a Conferência Episcopal trata de responder à chamada de Deus "ante a situação que vivemos na Espanha, que se caracteriza como um esquecimento de Deus e uma implantação do laicismo radical, onde Deus não conta, com todas as conseqüências que isto comporta".