O Observador Permanente da Santa Sé ante as Nações Unidas, Dom Celestino Migliore, lembrou que é uma responsabilidade específica e primordial desta entidade, “debater, esclarecer e ajudar aos Estados a garantir plenamente, em todos os níveis, a aplicação do direito à liberdade religiosa”.

Ao abordar o tema “Promoção e proteção dos direitos humanos: A liberdade religiosa”, o Arcebispo lembrou que membros de todas as religiões são perseguidos em muitas partes do mundo. “Os recentes ataques armados, assassinatos e a destruição de instalações religiosas, sociais e humanitárias estruturas na Índia, Iraque e outras regiões do mundo são causa de grave preocupação. Indicam as dramáticas conseqüências da violação deste direito fundamental, que corresponde aos crentes e os grupos religiosos”, advertiu Dom Migliore.

O Prelado lembrou que “respeitar e promover o direito à liberdade religiosa significa levar em conta que essa liberdade pertence às pessoas e as comunidades religiosas e não pode ser coagida, limitada ou pisoteada segundo a geografia ou as culturas e tradições. Além disso, os indivíduos devem ser capazes não só de praticar sua fé, mas também também de mudar a ou mantê-la sem medo à coerção, a intimidação ou a violência”.

O Arcebispo pediu que este respeito se reflita na legislação, as diretivas e os códigos de conduta das sociedades.

Neste sentido precisou que muitas vezes se invoca uma falsa “luta contra o proselitismo” como “motivo e razão dos atos delitivos”.

A Santa Sé apoiou “a necessidade de proteger aos crentes das expressões de ódio e atos contra suas convicções. Acreditam que esse proteção pode obter-se mediante a aplicação efetiva do direito dos indivíduos e as comunidades à liberdade religiosa como se estabelece na Declaração Universal dos Direitos humanos” e outros documentos internacionais.