Através do Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde, a Ministra da saúde, Elena Salgado, proporá às comunidades autônomas entregar grátis em toda a Espanha a pílula do dia seguinte.

Em declarações ao jornal La Razón, fontes do Ministério de Saúde e Consumo informaram que a intenção do governo é que a pílula seja distribuída a partir do 2005 no resto do país, pois até o momento só está disponível na Andaluzia, Extremadura, Navarra, Cantabria e Catalunha.

Esta decisão se apóia na proposição não de lei que a comissão de saúde da câmara de deputados deu ao Governo no passado dia 6 de outubro, para que promova do Conselho Interterritorial a entrega gratuita da pílula abortiva, sob controle médico.

Segundo La Razón, o ministério atuará “depois de que conclua uma análise detalhada” sobre o custo que este abortivo supõe para o serviço público nas cinco comunidades que já a ofertam.

O jornal espanhol lembra que um dos primeiros objetivos do PSOE ao assumir o poder “foi promover as condições necessárias” para que esta pílula estivesse em todos os centros de emergência do país, com o fim de “diminuir o número de abortos”.

Entretanto, esta pílula contém o levonorgestrel, um composto que faz que o embrião fecundado não se implante no útero, o que a torna um “abortivo”.

Além disso, segundo La Razón, a pílula abortiva que se comercializa na Espanha sob o nome de Norlevo, “pode produzir efeitos secundários” em quem a consome, como transtornos gastro-intestinais, dor nos mamilos, alterações no ciclo menstrual, e inclusive um gravidez ectópica, “que põe em perigo a vida da paciente, quando falha”.

Em março de 2003, familiares de 100 mulheres britânicas processaram três laboratórios que fabricam a pílula, devido a que as pacientes não foram advertidas dos riscos e possíveis efeitos secundários, ocasionando a morte de sete delas após apresentar coágulos de sangue.