DENVER, 19 de out de 2008 às 20:02
Para o ator e produtor mexicano Eduardo Verástegui, nas próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos não pode haver para os votantes hispanos um tema mais importante que a defesa da vida da concepção e o matrimônio tradicional ao momento de decidir seu voto.
Em uma entrevista exclusiva concedida a ACI Imprensa, o ator explicou as razões que o converteram em um dos principais promotores do voto dos católicos a favor do candidato republicano John McCain.
Embora se declara politicamente independente, Verástegui explica que votaria pelo McCain porque é pró-vida como a grande maioria de hispanos. "Nós sabemos que a vida começa com a concepção e que culmina na morte natural. E não existe uma missão maior e bonita que ser a voz dos que não têm voz, defender aos que estão no ventre de suas mães", indicou.
"John McCain é pró-vida e quer terminar com o aborto. É o tema mais importante. Se a gente não tiver claro o tema da vida, o resto é irrelevante. É importante que os hispanos saibam qual é a posição de McCain e de Obama. Este último não está a favor da vida senão de remover todas as leis pró-vida de cada estado, leis que beneficiam às mães e aos bebês. Se um presidente não for capaz de defender aos mais inocentes de seu país, então a quem pensa defender?", questionou Verástegui.
Do mesmo modo, assinalou que solo o candidato republicano tem claro que o matrimônio deve ser definido "como a união sagrada entre um homem e uma mulher".
Verástegui sabe que com esta postura arrisca sua carreira profissional, considerando que o mundo Hollywood é amplamente pró-democrata. "Nestes últimos meses estive pensando como ator e produtor qual é minha responsabilidade ante todas estas problemáticas. E é por isso que saiu a falar. Não me pude agüentar. E é que se a gente não estiver disposto a morrer por uma causa então a vida seria muito chata. Devemos estar disposto a lutar por uma causa maior do que você", indicou.
Para Verástegui "não há definitivamente uma causa maior que lutar pelos que não têm voz. É muito fácil ficar a favor do aborto e estar vivo mas se a uma criança lhe põem um microfone no ventre de sua mãe o que nos diria? Certamente não vai gostar que o colham com umas tesouras".
Reforma Migratória
O ator se declarou preocupado "pelo bem-estar dos hispanos que vamos a este país não para nos roubar nada senão para trabalhar muito duro para que nossas famílias saiam adiante. Vamos aqui a trabalhar com um espírito de serviço, de humildade, de entrega e é importante neste momento histórico primeiro não perder nossos valores, porque infelizmente se estão perdendo em todos lados, sobre tudo nos jovens, há uma guerra de idéias, nos meios de comunicação e por outro lado nossa fé e os valores se estão enfraquecendo".
Neste contexto, valorou a importância de uma reforma migratória que ajude à comunidade hispana. "John McCain é o grande líder nesse tema. Agora Obama pode dizer muitas coisas, mas o que diz e o que faz é muito diferente. No ano passado não fez nada pela reforma migratória. Porque não lhe convinha, porque os sindicatos que o estavam apoiando não concordavam com que aos hispanos se lhes conseguisse trabalho", indicou.
"McCain apostou por uma reforma migratória, que inclusive lhe custou que muitos de seus correligionários estivessem contra ele. Eu sou independente, eu não estou com nenhum partido, eu estou pela pessoa. E neste caso das duas opções que temos, uma pessoa tem mais valores do que a outra pessoa", adicionou.
Ser latino nos EUA
Verástegui também falou daquelas coisas que caracterizam aos latinos nos Estados Unidos. "Ser latino não só é cozinhar comida mexicana ou peruana ou espanhola. Ser latino é um pacote de coisas, um pacote de valores, de tradições, de música, de comida. Mas se algo celebra nossa comunidade hispana é a vida, é nossa fé, é o centro de nossa vida, nossa religião, o respeito a outros", explicou.
"Se perdermos isso, então perdemos nossa identidade. Chegamos dessa maneira a um regime de vale tudo e se perde o respeito a tudo, vamos entrar em idéias socialistas, comunistas onde não há valores, onde não há Deus, onde não há nada", disse.
Verástegui assegurou que "a fé tem que ser o centro de nossa vida, nossa prioridade. São três coisas que são importantes ou vínculos para ser um bom cristão, um bom católico: primeiro ser batizado, ser crente, porque pode ser batizado mas não crente, e se submeter ao magistério, acreditar o que a Igreja nos ensina. Se deve viver de acordo a esses ensinamentos. Temos que ser embaixadores da verdade, a verdade é Jesus Cristo. Temos que estar dispostos a morrer por Ele".
"Não podemos ser católicos honestos se vamos apoiar a uma pessoa que está a favor do aborto. É uma contradição, não se pode. Porque essa pessoa está contra as idéias de Jesus, e se estivermos com essa pessoa estamos contra Jesus. Não podemos atuar assim, então teríamos que deixar nossa fé, seria uma hipocrisia, ou somos ou não somos. E quando votarmos temos que fazê-lo como católicos não pela metade. De fato não vai ver a pessoa ideal, não vai haver um santo como candidato, mas devemos ver quem se assemelha mais a como pensamos. E nossa fé nos ensina que o mais importante é o respeito à vida", concluiu.