Ao receber os bispos norte-americanos das regiões de Indianápolis, Chicago e Milwaukee, o  Papa João Paulo II fez um chamado a dar um testemunho vivo da fé cristã para responder ao agnosticismo com o  Evangelho.

O Papa afirmou em seu discurso que “cada cristão, na realização de sua missão profética, tem uma responsabilidade pessoal na verdade divina revelada no Verbo Encarnado”. “Esta ‘responsabilidade pela verdade’ exige por parte da Igreja um testemunho sincero do deópsito da fé”.

“Para proclamar eficazmente o Evangelho na sociedade ocidental é necessário enfrentar diretamente o difundido espírito de agnosticismo e relativismo que colocou entre parênteses a capacidade da razão de conhecer a verdade que só satisfaz a busca inquieta de sentido do coração humano”, indicou o Pontífice.

“A apresentação de uma compreensão do ato de fé autenticamente bíblica, que insista nas dimensões da razão e da fé –disse João Paulo II-, ajudará a superar as tendências puramente subjetivas e facilitará que se aprecie mais o papel da Igreja quando propõe com autoridade ‘a fé que debe ser crida e posta em prática’”.

Segundo explicou o Santo Padre, “um elemento essencial do diálogo da Igreja com a sociedade contemporânea é também o de apresentar corretamente, por meio da catequese e da predicação, a relação entre fé e razão”.

“A palavra de Deus –continuou- não pode ser ‘acorrentada’; tem que ressoar ao mundo em toda sua verdade libertadora como palabra de graça e salvação”. Neste sentido, destacou a importância de  “uma renovação profunda do sentido missionário e profético de todo o Povo de Deus” e de que a Igreja fale “com valentia e com uma só voz sobre os grandes temas morais e espirituais que têm que os homens e mulheres de hoje têm que enfrentar ”.

O Papa indicou que a Igreja nos Estados Unidos “enfrenta-se com o desafio de uma evangelização da cultura”, de “responder às necessidades e aspirações religiosas profundas de uma sociedade que corre cada vez mais o perigo de esquecer suas raízes espirituais e está submetida a uma visão sem alma e puramente materialista do mundo”.

O Santo Padre agradeceu aos prelados americanos por seus esforços  em contribuir com um “debate respeitoso dos temas importantes que afetam a vida da nação. Deste modo, a luz do Evangelho tem ajudado a esclarecer as questões conflitivas, como o respeito da vida humana, os problemas de justiça e paz, a imigração, a defesa dos valores familiares e a santidade do matrimônio”.

Este testemunho profético, concluiu João Paulo II, “é um serviço importante ao bem comum em uma democracia como a vossa”.