O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, chamou os argentinos a emprender "um verdadeiro clamor" a favor da vida e a família, frente à cultura da morte que no âmbito legislativo ataca a inocentes e destrói as raízes fundamentais da sociedade.

Em seu acostumado programa semanal, o Cardeal se referiu às tentativas legislativas por parte do Executivo de conceder aos casais homossexuais uma pensão "por viuvez".

O Arcebispo perguntou se não existem "outras injustiças mais graves que remediar", e assinalou que "não seria raro que neste âmbito se prepare um assalto ao Código Civil para mudar a definição do matrimônio e por conseguinte da família fundada sobre ele."

Dom Aguer também se referiu aos projetos de lei sobre "abortos não puníveis" e que desejam estender esta prática a todos os casos de gravidez por violação, e não só quando se trata de uma mulher com descapacidade mental, tal como expressa o Código Penal.

O Arcebispo lembrou que esta "concessão do Código Penal" deu-se "na década do vinte do século passado, em um contexto de cultura eugenista, onde o temor era que o filho de uma mulher deficiente nasceria deficiente".

"Hoje se sabe que não é assim, pelo menos não é necessariamente assim, e querer projetar a toda classe de violação como se for um direito aquela desculpa absolutória é uma coisa muito grave", advertiu.

Nesse sentido, denunciou que o que se quer é afiançar essa convicção "de que a mulher tem direito sobre seu corpo e que a criança, o nascituro, é uma parte de seu corpo". "Possivelmente não se pensa tanto no violador: não sei se houver verdadeira diligência em perseguir e condenar a esses sujeitos aos quais se os libera com muita facilidade e, pelo contrário, deve-se enfurecer-se com o menino", expressou.

Dom Aguer sustentou que "compreende-se o que significa a violação para uma mulher", mas não se pode pretender equilibrar o dano "assassinando a um inocente".

"Esta idéia é a que se deve recuperar: se deve pensar na criança e devemos dar passo cada vez mais na opinião pública a algo que é hoje uma certeza científica e jurídica: existe vida humana da concepção e o embrião, ainda no estágio ínfimo de seu desenvolvimento, é um sujeito de direito", assinalou.