Cientistas e representantes de associações civis pediram às autoridades mexicanas, com ocasião da cume mundial sobre o AIDS que se realiza nesta capital, promover uma educação sexual integral, que não favoreça a difusão de ideologias anti-vida nem condutas de alto risco.
A XVII Conferencia Internacional sobre o AIDS se leva a cabo do 3 a 8 de agosto com a participação de mais de 20 mil pessoas de diversas culturas.
Segundo um artigo difundido pela organização Eu Influo, a finalidade da conferência é que peritos sobre o tema exponham os últimos resultados em investigações, estudos e descobrimentos sobre esta mortal enfermidade, assim como exibições, atividades e oficinas de desenvolvimento.
Ante este evento, peritos como Leticia González Luna, especialista em Educação da Sexualidade e vice-presidenta da ONG Voz Pública, pediram ao subsecretário de Prevenção e Promoção da Secretaria de Saúde, Mauricio Hernández, impulsionar medidas que permitam enfrentar eficazmente o problema do AIDS.
“A atual política da camisinha e anticoncepcionais, é uma resposta simplista que não cobre a expectativa cidadã”, advertiu a perita e questionou junto com Juan Dabdoub, de Família Mundial, e a advogada Emilia Montejano, que a política de saúde se centrou mais nos efeitos que nas causas.
“Seu custo econômico e social se constata com perda de vidas, aumento de lares encabeçados por mulheres, exploração de meninos de rua, feminização da pobreza e tráfico de menores e mulheres para a pornografia e prostituição”, acrescentou.
Do mesmo modo, informou que “segundo dados das Nações Unidas, México é o segundo país com o maior índice de casos (de doentes de AIDS) na América Latina” e reiterou que o uso de preservativos e métodos anticoncepcionais não é uma garantia para evitar o contágio.
Eu Influo também deu conta da reunião que sustentaram 29 secretários e ministros de Educação da América Latina, sobre a educação sexual no continente.
“Estes funcionários assinaram um acordo para uma educação sexual integral, para o que se capacitará a um milhão de professores, se proporcionará material didático, conferências, oficinas e materiais em linha”, informa Mabel Salinas.
Segundo Salinas, usou-se uma linguagem familiar com a ideologia de gênero ao comprometer-se a formar aos jovens “para o início de suas relações sexuais, conscientes para ‘evitar riscos’”.
“Isto constitui uma intromissão por parte do Estado na educação que os pais dão a seus filhos, já que eles têm o dever de escolher a forma em que os educam, especialmente em uma questão tão delicada como a sexualidade”, indicou.
Salinas recordou que “o Estado não tem por que intervir em um direito constitucional, e menos com uma educação sexista”. “Estamos falando de uma doutrinação das crianças e jovens, mediante a educação pública; por isso, é mais recomendável a implementação de uma campanha de solidariedade em que se acostume às crianças a respeitar as diferenças, mas de uma forma humanista, mais do que sexista; a respeitar, pelo simples fato de ser pessoas”, indicou.