O doutor em Microbiologia da Universidade Complutense de Madri, César Nombela, garantiu estar convencido de que a medicina regenerativa não precisa da clonagem chamada terapêutica, mas apenas da reprogramação das células do próprio corpo.

Com estas palavras, o catedrático da Faculdade de Farmácia concluiu sua intervenção na Sala de Cultura da ABC, durante um evento cultural organizado pela Fundação Vocento.

“Estou convencido de que a medicina regenerativa não precisa da clonagem humana, mas sim da  reprogramação de células do próprio organismo”, disse o estudioso.

Nombela explicou que o marco  legislativo vigente na Espanha favorece a pesquisa biomédica com células mãe, embora, incidiu que as sociedades não podem fixar-se apenas ao progresso científico-técnico que tem a  biomedicina sem levantar, primeiro, a
bandeira do respeito à vida humana. Por isso sua  negativa à clonagem terapêutica, um processo que não é  “trivial” dado que “cria ema embriões humanos com a única finalidade de experimentar”.

Mais adiante, o catedrático chamou a atenção de seu auditório lançando no ar um  recente encontro de  Justine Burley e Alan Colman: “Poucas questões têm maior envergadura que a que suscita a possibilidade da clonagem humana: Que classe de gente tem direito a existir?”.

O professor Nombela censurou a ambigüidade de algumas legislações, posto que, “os poderes públicos necessitam propor com clareza tanto a proteção dos direitos como a abertura ao progresso, orientar, enfim, a condução do avanço para colocar a serviço do homem”. Desta maneira, o fim do progresso não justifica todos os meios, e assim, o  rigor científico converte-se em uma “exigência ética”.

Por isso, “não se pode falar de terapias com embriões ou com células embrionárias porque não existem e não sabemos se alguma vez serão possíveis, enquanto os experimentos clínicos com células adultas já é real”, concluiu o catedrático.