Um estudo oficial confirmou que as projeções sobre o envelhecimento populacional do Brasil falharam e o país alcançou em 2006 a taxa de fecundidade de 1,8 filhos por mulher –que não garante a reposição generacional– cifra  prognosticada para 2043.
As cifras oficiais da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, publicadas faz uns dias, revelaram que as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizadas no 2004 se cumpriram quase quarenta anos antes.
A demógrafa Elza Berquó explicou que “o movimento da transição da fecundidade se iniciou faz 40 anos e os últimos dados são coerentes com as séries históricas. Não sei por que o IBGE seguiu trabalhando com a estimativa (de cair mais ainda). A julgar por esta tendência, acredito que a fecundidade seguirá descendendo”.
Por sua parte, o demógrafo José Eustásio Alves, da Escola Nacional de Ciências de Estatística, advertiu que a rápida queda da fecundidade acelerará também a diminuição da população nacional. O IBGE calcula que isto ocorrerá a partir de 2062, mas as Nações Unidas estimam que a população começará a decrescer em 2030.