A imprensa local denunciou que um estudo que pretende usar células tronco adultas para curar a diabetes tipo 1, está paralisado há dois anos em um departamento do Ministério de Saúde.

Segundo fontes pró-vida, o lobby de quem aposta pelo uso das células tronco embrionárias –cuja obtenção implica a destruição de seres humanos– estaria bloqueando um eventual êxito na investigação com células adultas.

O periódico Gazeta de Ribeirao informou que o estudo está paralisado na Comissão de Ética em Investigações do Ministério de Saúde em Brasília, que ainda não dá luz verde aos experimentos.

A investigação seria conduzida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo e é uma iniciativa da equipe de transplante de células tronco da FMRP, Hemocentro e o Hospital das Clínicas.

Segundo um dos investigadores, o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, o procedimento que quer provar é revolucionário, econômico e daria maior comodidade aos pacientes de diabetes tipo 1. O tratamento se apóia no uso de células tronco adultas e não embrionárias, que regeneram o pâncreas e impedem que o sistema imunológico as rejeite.

"É uma lástima que tanto se demorem em aprovar um experimento importante como este. Poderia mudar a vida de muitas pessoas ", disse Couri.

Atualmente há um tratamento com células tronco, desenvolvido pela Usp de Ribeirão que elimina o uso da insulina, mas utiliza a quimioterapia. Este tratamento "desliga" o sistema imunológico dos pacientes a fim de que o pâncreas não seja afetado, mas também faz que a pessoa seja vulnerável a qualquer tipo de enfermidade.

Por outra parte, o paciente padece todos os inconvenientes da quimioterapia, como perda do cabelo, vômitos e mal-estar geral. Este procedimento só podeser feito em pacientes menores de 12 anos que padeçam a enfermidade por menos de 42 dias.

Os dados do Ministério de Saúde indicam que a cada dez segundos morre uma pessoa pelas conseqüências da diabetes, e nesses dez segundos, seis pessoas adquirem a enfermidade.