O sacerdote suspenso e ex-chanceler sandinista Miguel D’Escoto Brockmann, foi eleito por aclamação presidente da Assembléia Geral da Organização de Nações Unidas (ONU), que começará seus trabalhos em setembro próximo.
D’Escoto pertence à ordem Maryknoll desde 1961. Sendo sacerdote iniciou em 1975 seus contatos com a Frente Sandinista de Liberação Nacional (FSLN) e depois da queda de Anastásio Somoza em 1979, foi nomeado ministro das relações exteriores e se manteve no cargo até 1990.
Foi suspenso pelo Vaticano nos anos oitenta igual aos outros sacerdotes que se incorporaram à Revolução, como Ernesto e Fernando Cardenal. Além disso foi repreendido publicamente por sua participação em política pelo Papa João Paulo II, durante uma visita a Centroamérica.
O político nicaragüense nasceu realmente em Los Angeles, Califórnia, forma parte do círculo mais íntimo de Daniel Ortega e é um dos porta-bandeiras da Revolução Sandinista. Atualmente é membro do Conselho Mundial do Iglesias.
Em 1999, o então Arcebispo de Managua, Cardeal Miguel Obando Bravo criticou duramente aos sacerdotes -entre eles Miguel D’Escoto- que se somaram aos sandinistas esquecendo seu ministério para abraçar uma carreira política.
"Um grupo importante de sacerdotes militou com a revolução e participou de forma destacada no governo sandinista. Nessa linha foram os sacerdotes que jamais denunciaram as situações de injustiça que puderam haver-se desenvolvido nessa época, jamais fizeram uma denúncia", disse.
A eleição de DEsecoto, quem ostenta o cargo de assessor de Ortega para a política internacional, foi por consenso dos 192 Estados membros da ONU.
O sacerdote suspenso substituirá na 63ª Sessão Anual da Assembléia Geral da ONU ao macedonio Srgjan Kerim.