O Reitor da Pastoral Social Cáritas (PASOC), Pe. Mauricio Bacardit, convocou ao governo boliviano e aos prefeitos opositores a dialogar e consolidar um "grande acordo nacional" para superar a crise política e assinalou que os bispos estão dispostos a atuar como facilitadores do encontro.

O Pe. Bacardit exortou às autoridades nacionais e departamentais a “deixar toda atitude beligerante e como cristãos assumir posturas que obtenham um encontro entre todos os bolivianos”.

O Vice-presidente Álvaro García Linera tem proposto um “grande pacto nacional” com as nove prefeituras do país com o fim de preservar a unidade nacional, incorporar as autonomias departamentais pela via legal e incluir o debate a redistribuição dos recursos do Imposto Direto aos Hidrocarbonetos (IDH).

“A Igreja  sempre reiterou que é necessário o diálogo para sair desta crise e desta tensão que estamos vivendo e que não faz bem a ninguém. O diálogo é a busca de soluções entre ambas as partes consertadas e por esse caminho devemos andar”, disse o Pe. Bacardit.

O Diretor do PASOC reiterou que a Igreja Católica “está disposta a facilitar o diálogo entre ambas as partes  para que estas não procurem saídas abruptas que gerarão maior polarização, tais como o referendo de revogatória de mandato popular do Presidente, Vice-presidente e prefeitos de oito departamentos em 10 de agosto próximo”.

O sacerdote advertiu que o referendo revogatório não será uma solução à crise boliviana senão somente “uma medida que distrairá a atenção e que provocará o investimento de muito dinheiro; quando pelo contrário as autoridades deveriam ocupar-se para superar a crise que muitos bolivianos estão vivendo”.

Por sua parte, os prefeitos opositores de Santa Cruz, Rubén Costas, do Beni, Ernesto Suárez, do Pando, Leopoldo Fernández e da Tarija, Mario Cossío, recalcaram que não dialogarão até 22 de junho, dia da última consulta sobre o estatuto autonômico em Tarija.