O coordenador do Movimento Cristão Liberação, Oswaldo Payá Sardiñas, enviou uma mensagem à Conferência de Bruxelas –organizada pelas fundações Konrad Adenauer e Schumann– no que pediu à comunidade internacional apoiar sem prosternações as iniciativas que procuram mudanças democráticas para Cuba.
Com o título "Único Projeto para Cuba: A Liberdade", a mensagem de Payá denuncia que o governo cubano e suas ramificações seguem usando "com a mesma linguagem insultante, falsificador e ameaçador" de quem procura mudanças na ilha.
"Seus corpos repressivos seguem perseguindo aos ativistas cívicos e, com todos os recursos do totalitarismo, negando direitos fundamentais a todos os cubanos", adverte Payá e chama a atenção sobre as condições desumanas dos prisioneiros políticos e comuns.
"Enquanto esta situação de opressão permanece, alguns se encarregam de oferecer uma imagem amplificada e forçada de abertura, construindo todo um cenário virtual de mudanças, que nem sequer o próprio governo cubano anunciou a seu povo", esclarece.
Segundo o líder, "ninguém deseja mais a verdadeira abertura, que o povo cubano, ninguém trabalha  de maneira mais transparente e pacífica por essa abertura do que os lutadores pelos direitos humanos. Não é nosso espírito negar o valor do que seja positivo, mas consagrar como verdadeira abertura algumas medidas e algumas manobra, é fechar as portas do futuro a nosso povo e condená-lo viver sem direitos, é, sepultá-lo na mentira".
Neste sentido, precisa que "a democracia cristã não é ambígua, senão que toma sua referência mais acima; nas próprias pessoas humanas, os filhos de Deus. Esses ideais, esses valores e essas meta se resumem em uma categoria irredutível: Liberação. Essa opção pelo próximo, por sua liberação integral, foi nossa inspiração na luta pacífica dentro de Cuba".
Payá também se refere ao Foro Cubano, uma "mobilização cívica, que é até modesta, mas real e crescente" que representa uma "visualização das mudanças que nos propomos obter, proclamou inequivocamente a essência da mudança que queremos: Nós os cubanos querem a liberdade".
"Se forem apoiar têm que nos apoiar agora no que fazemos, não no que não fazemos e ninguém faz. Não queremos exclusivas, nem somos excludentes, chamamos a todos e já muitos cidadãos vão respondendo. Se não ir ser solidários com o que fazemos só porque outros não querem fazê-lo, se não ir concretizar a solidariedade conosco em espera de apoiar a todos, passará este momento da história e sua boa vontade e espírito solidário ficará flutuando no ar sem ter encontrado onde aterrissar", explica.
"Não estamos pedindo dinheiro nem recursos materiais, mas uma campanha pública para apoiar nossa campanha pelo direito dos cubanos aos direitos", sustenta.
Payá insiste em que "nossa disposição ao diálogo é autêntica, mas até agora o governo responde com a arrogância fatal de quem acredita que tem todo o poder e se o esta pedindo uma esmola".
"Os cubanos têm direito a que se os da voz nas urnas para decidir, a que lhe reconheçam nas leis e na pratica todos seus direitos. Este caminho começou com o Projeto Varela, essa reclamação legal e cidadã que agora continuará até obter seus objetivos", assegura.
Do mesmo modo, questiona àqueles que "dizem que se deve esperar a que passe este governo dos Estados Unidos da América para ver mudanças em sua política para Cuba e pensam que assim se produziriam mudanças em Cuba. Os cubanos não têm que esperar mudanças do exterior para mudar o que devemos mudar nós mesmos. Esse é nosso desafio e nossa obrigação".
"Os cubanos têm direito aos direitos porque somos seres humanos, mas só nós mesmos, os próprios cubanos, podemos e devemos obter as mudanças pacíficas se quisermos desfrutar desses direitos e da liberdade. Muitos dos nossos irmãos estão na prisão só por defender esses direitos pacificamente, mas isso não é um assunto somente interno, pois por algo esses direitos são universais e negá-los a um ser humano é ferir toda a humanidade, da que todos somos família", insiste.