Ao receber nesta segunda-feira aos membros do Movimento para a Vida da Itália, o Papa Bento XVI felicitou a  energia da organização desenvolvida no âmbito público e lembrou que o direito à vida do nascituro é um valor inegociável.

O Santo Padre iniciou seu discurso lembrando que em 2008 se completam 30 anos da legalização do aborto na Itália; momento para   "sugerir uma reflexão profunda sobre os efeitos humanos e sociais que produziu a lei na comunidade civil e cristã durante este período".

"Se deve reconhecer -disse o Papa- que defender a vida humana se tornou atualmente um pouco mais difícil, porque se criou uma mentalidade de perda progressiva de seu valor, confiado ao julgamento do indivíduo. Como conseqüência, existe um respeito menor à mesma pessoa humana, um valor que é o fundamento de toda convivência civil, por cima da fé que se professa".

Depois de destacar que permitir o recurso ao aborto "não só não resolveu os problemas que afligem a muitas mulheres e a não poucos núcleos familiares, senão que  tem aberto uma ulterior ferida em nossas sociedades" o Santo Padre pediu unir os esforços para que as instituições "coloquem de novo no centro de sua ação a defesa da vida humana e a atenção prioritária à família".

"Se deve ajudar com todos os instrumentos legislativos à família para facilitar sua formação e sua obra educativa, no difícil contexto social atual", ressaltou.

O Papa sublinhou logo que é necessário "testemunhar de maneira concreta que o respeito da vida é a primeira justiça que terá que aplicar. Para quem tem o dom da fé, isto é um imperativo inderrogável".

"Só Deus é Senhor da vida. Cada ser humano é conhecido e amado, querido e guiado por Ele... e tem sua origem pela mesma idéia criadora de Deus", adicionou.

Lembrando que também este ano se comemora o 60 aniversário da Declaração dos Direitos humanos, o Papa elogiou o compromisso do Movimento "no âmbito político como ajuda e estímulo às instituições, para que se outorgue o justo reconhecimento à palavra 'dignidade humana'".

"Sua iniciativa perante a Comissão para as Petições do Parlamento Europeu, em que afirmam -acrescentou-, os valores fundamentais do direito à vida da concepção, da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, do direito de cada ser humano concebido a nascer e a ser educado em uma família de pais, confirma ulteriormente a solidez de seu compromisso e a plena comunhão com o Magistério da Igreja, que sempre proclama e defende estes valores como 'não negociáveis'".

Bento XVI terminou lhes dando as graças pelo serviço realizado "à Igreja e à sociedade. Quantas vidas humanas salvastes da morte!", exclamou. "Continuai por este caminho e não tenhais medo, para que o sorriso da vida triunfe sobre os lábios de todas as crianças e os de suas mães".