O sacerdote francês Pierre Wallez, converteu-se na primeira vítima da lei sobre o exercício das práticas de culto não muçulmano na Argélia, ao ser condenado a um ano de prisão pelo Tribunal de Justiça da cidade de Oran, por recitar uma oração junto a um grupo de fiéis.

 

"O mais surpreendente é que a condenação foi emitida simplesmente porque o sacerdote visitou um grupo de cristãos do Camerún; não tinha celebrado Missa, senão que apenas recitou junto a eles uma oração", indicou o Arcebispo do Argel, Dom Henri Antoine Marie Teissier a Rádio Vaticano.

 

Depois de assinalar que todos estão "muito impactados pela decisão que se tomou contra nosso irmão" o Prelado assegurou que embora a lei manda que seja encarcerado por um ano, "não se aplicou a condenação" pois "o tribunal decidiu aplicar mas bem o estado de liberdade condicional".

 

Junto ao Pe. Wallez, foi condenado um jovem médico muçulmano a dois anos de prisão por utilizar remédios pagos por Cáritas, informou um representante do Arcebispado do Argel.

 

A religião oficial de Argélia é o Islã e embora sua Constituição garante a liberdade de culto, em março de 2006 se deu uma nova lei de culto.

 

A nova lei proibe o exercício do culto não islâmico fora dos edifícios aprovados pelas autoridades, sob pena de pagar uma multa entre 7 a 15 mil dólares americanos; e entre dois e cinco anos de prisão. Além disso se condena a quem "incita, obrigue ou utilize médios persuasivos para obrigar a um muçulmano a abraçar outra religião".