O Presidente da Conferência Episcopal da Guatemala (CEG), Dom Álvaro Ramazzini, pediu ao Congresso da República deste país que amanhã, terça-feira, aprove o projeto de lei de adoções "que proteja os direitos da criança e em frente com firmeza os desmandos e as atitudes imorais de quem tem feito da adoção um negócio".

"O povo da Guatemala e a Igreja Católica esperamos e desejamos que o Congresso da República aprovasse esta lei de adoções o próximo 11 de dezembro", assinalou o Prelado através de um comunicado.

Antes de destacar que "toca agora ao Congresso da República cumprir com sua responsabilidade histórica" respeito a este tema, o Bispo de São Marcos denunciou que "a adoção de meninos e meninas foi convertida na Guatemala, há alguns anos, em uma atividade comercial e lucrativa, desvirtuando o caráter de nobreza que a mesma tem quando se trata de dar uma família e um lar estável ao menino ou menina abandonado, indigente, deficiente ou não desejado".

"Na atualidade se comercializa com bebês e os mesmos são tratados como simples mercadoria, vendidos e comprados por meio das redes de ‘tráfico de meninos e meninas’. Muitos vezes os meninos e meninas não são jogo de dados voluntariamente mas sim se utilizam coações e enganos, ventres de aluguel e seqüestros", lamentou.

Esta situação é "um sintoma mais da "profunda crise de valores humanos e morais" que vive o país centro-americano, criticou o presidente da CEG.

Finalmente, Dom Ramazzini pediu ao Congresso a aprovação da iniciativa de lei em trâmite que é "conforme aos princípios da convenção sobre os direitos da criança e ao convênio da Haya".