O Vigário Apostólico de Chaco, Dom Edmundo Ponziano Valenzuela Mellid, assegurou "as famílias paraguaias se racharam pela política partidária" que gerou divisões e até agressões nelas, chegando a "um estado lamentável e de prostração moral".

Em sua homilia pelo oitavo dia da novena da Virgem de Caacupé, o Prelado afirmou "os paraguaios de El Alto Paraguay são os esquecidos da República, deixaram-nos à deriva e a sua sorte", estão "em total situação de abandono". Apenas se lembram deles para "lhes usar nas eleições políticas", lamentou.

Estas "famílias sofrem discriminação política, social e cultural" e por isso "estão doentes e degradadas econômica e socialmente", assinalou Dom Valenzuela. Por isso "os que vivem na fronteira em alto o Paraguai preferem inscrever a seus filhos em outros países. Muitos têm vergonha de ser paraguaios", adicionou.

Deste modo o Prelado questionou a emigração de paraguaios a outros países e indicou que "seu resultado negativo é a dissolução da família" pois "os filhos ficam de poder de tios ou familiares que até os exploram e maltratam".

Além Vigário Apostólico de Chaco denunciou que na fronteira o tráfico de droga é uma constante e a segurança pública é inexistente, de uma vez que se referiu outros dramas sociais como a gravidez precoce e as crianças abandonadas. "Nos últimos tempos cresceu o número de abortos e não só em jovens", asseverou.

"Muitas destas situações se devem a uma escassa evangelização", manifestou Dom Valenzuela e alentou a que todos sejam protagonistas para fazer novas famílias para ter um novo Paraguai longe das discriminações.

"Comecemos por construir as famílias como patrimônio da nação, sem famílias novas jamais teremos um novo Paraguai", demarcou.