O Secretário para as Relações com os Estados, Arcebispo Dominique Mamberti, pediu à meia centena de ministros de exteriores do 15º Conselho Ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), não esconder-se atrás do princípio do "consenso" nem contentar-se com "condenações genéricas" contra a discriminação religiosa pois, por exemplo, "os cristãos seguem sofrendo prejuízos, estereótipos, discriminação e violência".

O representante vaticano participou no dia 29 de novembro no encontro celebrado em Madri de 29 a 30 do mês passado e no que estiveram presentes os ministros de exteriores dos 56 Estados participantes da mencionada organização.

"Para promover a dignidade humana de modo integral –destacou o Arcebispo–, a OSCE deve combater eficazmente a intolerância e a discriminação para os cristãos, judeus e muçulmanos e os membros das outras religiões. Esta questão se converteu em um importante problema político e de segurança. A discriminação religiosa só se pode confrontar com eficácia se todas as religiões forem igualmente respeitadas e protegidas".

Depois de recordar que o Parlamento Europeu tinha adotado recentemente "uma resolução que deplora vários episódios que põem em perigo a existência dos cristãos e de outras comunidades religiosas", Dom Mamberti assinalou que a OSCE, "pode sentir-se orgulhosa de ser uma das primeiras organizações que lançou o alarme sobre a discriminação dos cristãos", entretanto, deve "manter-se em guarda".

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Ao respeito recordou que os "cristãos seguem sofrendo prejuízos, estereótipos, discriminação e violência" e que, portanto, "Desentender-se desses problemas não pode ser uma opção!".

"Não devemos nos esconder atrás do princípio do consenso para evitar atuar de modo efetivo, nem podemos nos contentar com condenações genéricas. Mas bem –apontou–, este consenso deve ser um estímulo para proteger as liberdades fundamentais, e por cima de tudo, a liberdade religiosa de todos os crentes e de cada comunidade religiosa".

Referindo-se mais adiante a outros aspectos relacionados com o tema abordado na reunião, o chefe da delegação da Santa Sé afirmou que "é importante proteger as infra-estruturas energéticas dos ataques" e pelo que concerne à proteção meio-ambiental, destacou a necessidade de que "a Organização apóie as iniciativas sobre a gestão dos recursos hídricos, contribuindo à cooperação, estabilidade e desenvolvimento justo e sustentável de cada país".

Depois de pôr de relevo que a OSCE está chamada "a criar um espaço de liberdade e de direito", o Arcebispo assinalou que para isso devia "promover continuamente a dignidade da pessoa humana e defender os direitos e valores intrínsecos de todos os homens e mulheres. Neste contexto, acredito que é essencial –assegurou– que sigamos nos opondo ao tráfico de seres humanos e à exploração sexual das crianças".