CARACAS, 27 de nov de 2007 às 15:38
A Presidência da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), reiterou sua convicção de que a reforma constitucional do Presidente Hugo Chávez, que será submetida a referendum neste domingo, é "desnecessária, moralmente inaceitável e inconveniente para o país"; porque além de restringir muitos direitos humanos, civis, sociais e políticos, discrimina politicamente e fomenta o enfrentamento e a polarização entre venezuelanos.
Através de um comunicado, os bispos defenderam o direito das pessoas a expressar livre e democraticamente sua opinião sobre a reforma, sem que por isso sejam vítimas de insultos. Nesse sentido, rechaçaram "os ataques, difamatórios e injuriosos" contra o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, os bispos em geral e outras personalidades e setores do povo venezuelano.
O texto chamou os eleitores a participar ativa e livremente no referendum, pois está em jogo "o futuro de nossa querida a Venezuela"; também recordaram ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), sua "obrigação constitucional, democrática e ética que têm ante Deus e ante a Pátria de assegurar a transparência da consulta".
Finalmente, depois de convidar a orar a Deus para obter a paz e pedir a intercessão da Virgem de Coromoto, os bispos assinalaram que "estamos todos chamados a assumir atitudes cristãs e cívicas de sensatez, prudência, respeito a outros, junto com o compromisso de trabalhar para que impere um clima de paz e de sã convivência".
Conforme pesquisa ganharia o "Não"
Segundo pesquisadoras locais, a poucos dias do referendum o apoio à reforma constitucional foi diminuindo; algo que foi desmentido pelo Governo.
Uma pesquisa do Datanálisis divulgada o fim de semana assinalou que 44,6 por cento votaria pelo "Não" e apenas 30,8 por cento respaldaria o "Sim". Por sua parte, a empresa Datos disse que já o rechaço à reforma chegou aos 41 por cento, enquanto que o apoio baixou aos 30 por cento.
Entretanto, apesar destas cifras, representantes da oposição expressaram sua desconfiança sobre os resultados que divulgará o CNE, responsável pela consulta.