O reitor da Universidade Católica Andrés Bello, Pe. Luis Ugalde, recordou ao Presidente Hugo Chávez que em seguida do referendum de 2 de dezembro ainda ficam cinco anos de Governo, por isso lhe recomendou descansar para evitar mais conflitos internos e externos, o último deles foi o intercâmbio de palavras com o Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

"Quando não se descansa e não saem bem as coisas, irrita-se e se começa a ser um carrinho de bate-bate, que é o que passou, e isso pode nos levar a situações internas e externas absolutamente delicadas", expressou o sacerdote a uma rádio local.

Nesse sentido, recordou-lhe que "não pode romper com todo mundo" –Colômbia e Espanha– porque logo depois do referendum sobre a reforma constitucional ficam ainda cinco anos no poder, "que serão muito mais difíceis do que foram no passado" e para os que necessitará a colaboração interna e externa.

Do mesmo modo, recordou a devoção ao Cristo da humildade e da paciência; virtudes que os conselheiros cubanos deveriam insistir a Chávez "porque nos vêm dias muitos mais duros e tensos que os que vivemos, no sábado e no domingo, e dias depois deste fim de semana, por isso o Presidente deve manter a serenidade e não esquecer-se de qual é seu papel de Presidente".

Defender o voto

Do mesmo modo, com a proximidade do referendum do domingo, o reitor universitário chamou os venezuelanos a defender seu voto mas "sem perder a cabeça". "A oposição quando mais fracassou e mais irresponsável foi o dia seguinte das eleições, terá que estar para defender os votos, com toda serenidade, sem perder a cabeça, e isso vai levar muitos dias, e temos depois que o ano 2008 vai ser muito mais difícil de todos o que se teve antes, os problemas sociais estão muito mal e nisso o país não avançou", expressou.

O referendum do domingo é de suma importância, afirmou, porque "o que se está decidindo é se os venezuelanos estão de acordo em que siga vigente a Constituição Bolivariana com uns objetivos sociais que estão ainda longe de cumprir-se, mas que estão aí; ou queremos um modelo estadista ao estilo cubano o qual depois de 50 anos produziu uma sociedade em que não há liberdade, nem há justiça e o que abunda é a miséria".

Perseguição à Igreja

Por sua parte, o presidente da Comissão para a Aplicação do Concílio Plenário, Dom Ovidio Pérez Morales, reafirmou que a Igreja não calará ante os ataques que recebe, como as desqualificações de Chávez contra o Pe. Ugalde e o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, e que se entendem como uma perseguição.

"Se o modelo que se busca é o modelo cubano, isto encaixa perfeitamente dentro dessa seqüência", declarou à imprensa; uma vez que recordou que em seus dois mil anos de história, a Igreja passou por piores situações.