O Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Dom Albert Malcom Ranjith, declarou que os abusos litúrgicos e a falta de respeito pelas normas da celebração da Missa depois do Concílio Vaticano II, podem ajudar a compreender a decisão do Papa Bento XVI de "liberalizar" as celebrações litúrgicas segundo o Rito de São Pio V.

Em julho passado, o Santo Padre publicou a Carta Apostólica em forma do Motu Proprio Summorum Pontificum, na qual estabelece a plena liberação para o uso do Missal de São Pio V, que regeu durante séculos a Igreja de Rito Latino e foi reeditado pelo Beato João XXIII em 1962.

Dom Ranjith indicou que "ao longo dos anos a liturgia sofreu muitos abusos e ignoraram aos bispos" pelo que "Bento XVI não podia calar-se".

Para o funcionário vaticano, a oposição entre "tradicionalistas e inovadores" não tem sentido na Igreja, onde existe "uma linha contínua".

Referindo-se à chamada Missa Tridentina, o Arcebispo indicou que se registrou "um aumento de pedidos com o tempo" em proporção direta com a "quebra da fidelidade, e da perda do sentido da beleza" na liturgia.