O Arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, deplorou as ameaças do Presidente Hugo Chávez contra os bispos da Venezuela e advertiu que nesse país sul-americano poderia desatar uma perseguição religiosa.

"Quando se ameaça assim à Igreja se trata de uma perseguição. Não seria estranho que se iniciasse uma perseguição religiosa sob qualquer pretexto porque os totalitarismos assim começam", afirmou o Cardeal em declarações ao Rome Reports.

Os bispos venezuelanos expressaram sua preocupação pelo projeto de reforma constitucional que imporia o socialismo em seu país e o qualificaram que "moralmente inaceitável" porque recortaria os direitos dos venezuelanos.

Através de um relatório da Conferência Episcopal da Venezuela, os bispos denunciaram que a proposta constitucional "limita a liberdade dos venezuelanos, incrementa excessivamente o poder do Estado, elimina a descentralização, e o governo controla muitíssimos espaços da vida cidadã".

Chávez reagiu declarando que "se Cristo estivesse vivo aqui, tiraria os bispos a chicotadas. Novos Judas, converteram-se em Judas Iscariotes".

Para o Arcebispo hondurenho, esta situação revela que "na Venezuela há pessoas que perderam seu equilíbrio mental".

Do mesmo modo, solidarizou-se com os prelados venezuelanos, pediu-lhes manter a unidade e não render-se ante as provocações de Chávez. "Devem procurar a coesão, o diálogo e o respeito sem permitir que o regime os corrompa usando a técnica de sempre o suborno ou a chantagem".

Também expressou sua preocupação pela aliança de Hugo Chávez com o presidente do Irã Ahmed Ahmadinejad. "Há algo suspeito é tipo de aliança, porque são (Irã e Venezuela) duas culturas muito diferentes. Provavelmente o que os une é seu ódio comum por outros países ou um país particular. Isso significa que não procuram a paz".