Pílula do dia seguinte não é remédio e não cura nenhuma enfermidade, assegura Cardeal chileno

SANTIAGO, 20 de nov de 2007 às 12:56

O Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Jorge Arturo Medina Estévez, afirmou que a pílula do dia seguinte "não é medicina porque não cura nenhuma enfermidade" pois "as gravidezes não são doenças".

Em um recente seminário sobre políticas públicas e defesa da vida no Chile, o Cardeal criticou a decisão do Governo desse país de sancionar às farmácias que se neguem a vender a pílula. "Obrigar a uma empresa a vender um produto é um ato altamente não democrático, sobre tudo quando não se trata de uma remédio" pois "a pílula não é remédio, porque não cura nenhuma enfermidade", indicou.

Além disso assegurou que em duas ocasiões enviou documentação científica à Presidenta chilena, Michelle Bachelet, onde se estabelecia que a pílula tem um mecanismo abortivo ao impedir a implantação do embrião no útero. "Consta-me que uma das cartas a recebeu, e suponho que a segunda também. Em todo caso, nunca recebi resposta", asseverou.

Depois de lamentar que a mandatária chilena não cumpre com a promessa de que em seu governo não se apresentaria nem respaldaria nenhum projeto de lei referente ao aborto, o Cardeal Medina precisou que ela não é coerente pois "enquanto assegura ao Cardeal Errázuriz que não legislará sobre o aborto, ordena distribuir a pílula do dia depois, sem lei nem nada".

O Cardeal também questionou "os programas de educação sexual do Governo" que "a única coisa que procuram é ensinar à menina como não ficar grávida. O resto, chipe livre", e por isso a seu parecer não existe uma verdadeira educação sobre a sexualidade.