Ao dedicar a Audiência Geral desta quarta-feira à figura de São Máximo de Turim, o Papa Bento XVI destacou que existe um profundo vinculo entre ser cristão e ser um bom cidadão.

Durante a chuvosa manhã romana, o Pontífice recordou que Máximo foi Bispo de Turim (Itália) em 398, quando a cidade, ameaçada por grupos dispersos de bárbaros que chegavam até os Alpes ocidentais, estava protegida por guarnições militares e era o refúgio das populações que fugiam das regiões rurais.

Frente a este estado de coisas as intervenções de Máximo, autor de uns noventa sermões, disse o Papa, "testemunham seu empenho para reagir à deterioração da convivência e à desagregação". O Bispo criticou duramente seus fiéis quando utilizavam os infortúnios de outros em benefício próprio, pregando "uma relação profunda entre os deveres do cristão e os do cidadão" e, "junto ao amor tradicional pela cidade pátria proclama também o dever preciso de fazer frente às obrigações fiscais".

A análise histórica e literária da figura de Máximo de Turim, explicou Bento XVI, "demonstra uma tomada de consciência cada vez mais crescente da responsabilidade política da autoridade eclesiástica, em um contexto onde esta substituía cada vez mais à civil".

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"É evidente que o contexto histórico, cultural e social é profundamente diverso em nossa época", observou o Papa.

Entretanto, "são sempre válidos os deveres do fiel com sua cidade e sua pátria. O laço das obrigações do cidadão honrado com o de bom cristão segue vigente", adicionou.

O Santo Padre citou a constituição pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et spes, cujo objetivo era "iluminar um dos aspectos mais importantes da unidade de vida do cristão: a coerência entre fé e vida, entre Evangelho e cultura".

O Concílio Vaticano II, concluiu, "exorta aos fiéis a cumprir com fidelidade seus deveres temporários, guiados sempre pelo espírito evangélico. Equivocam-se aqueles que, sabendo que não temos aqui cidade permanente, pois procuramos à futura, considera que podem descuidar as tarefas temporárias, sem dar-se conta que a própria fé é um motivo que lhes obriga ao mais perfeito cumprimento de todas elas segundo a vocação pessoal de cada um".