O primeiro Vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Roberto Lückert, chamou à presidenta da Assembléia Nacional, Cilia Floresça, a clarificar o que é Estado e o que é Governo segundo a reforma constitucional, porque se confundirem ambos os conceitos "estamos em uma versão tropical do rei sol francês (Luis XIV), situação no que o Estado era o rei. Do mesmo modo, nesta reforma parecesse que o Estado será (Hugo) Chávez".

"Nesta Constituição, tal como a estão pondo, confundem estes conceitos, pretendem nos colocar um Estado socialista quando na anterior Constituição se fala de um Estado federal e democrático. Com a reforma perdemos o federalismo que tanto defendia o oficialismo ao início da revolução", expressou o também Arcebispo de Coro a União Radio.

O Prelado advertiu que o modelo a revolução chavista é Cuba, mas assinalou que aos venezuelanos "não vão atropelar como a Cuba, porque eles saíram da ditadura de Cambraia para cair na do Fidel. Nós temos ainda um espaço de liberdade para poder discernir, para optar por uma Venezuela distinta porque sim a queremos distinta, mas em democracia, não em repressão".

Nesse sentido, exortou ao Governo a encontrar uma saída porque "não se podem impor as coisas pela força, e menos a um país que com todos seus defeitos leva anos de democracia".

Acrescentou que embora do oficialismo se chame a debater a reforma constitucional, a verdade é que desqualificam a tudo o que opine contrário, como é o caso da CEV, "que não somos pegos a laço e que não podem nos chantagear com umas missões". Os bispos, afirmou, "temos consciência clara de nosso papel no país e o que temos que fazer".

O Arcebispo pediu aprender do exemplo de Cuba, que "é uma ilha fracassada" da que procuram sair os jovens aos que formou a revolução, porque "não estão contentes com esse sistema e com essa opressão repressiva desse povo".

"É isso é o que se quer para a Venezuela? O que vai dizer Cilia Flores, Calixto Ortega a seus netos, isto não é uma briga pelo chavismo, é uma briga pela Venezuela e pela Constituição venezuelana, porque os venezuelanos querem viver em liberdade", expressou Dom Lückert.