O Arcebispo de Toledo, Cardeal Antonio Cañizares, considerou que poderiam haver "muitos mais impedimentos" contra a polêmica disciplina de Educação para a Cidadania (EpC) se o Governo não os "intimidasse ou coagisse" com sanções administrativas.

"Não se pode obstruir, com intimidações do tipo que sejam, o direito dos pais à objeção de consciência", já que, conforme recordou, seu direito a escolher a educação moral que querem para seus filhos "está por cima das disposições legais que não respeitam os direitos fundamentais", indicou o Arcebispo ao oferecer a conferência "Educação para a Cidadania: uma provocação ou um fracasso?" na inauguração do curso 2007-2008 da Fundação Universitária Espanhola.

O Cardeal, que é também vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola, denunciou que o Governo pretende com esta disciplina "impor a todos os cidadãos um projeto de homem e de sociedade laicista, marcado de relativismo moral e ideologia de gênero".

Do mesmo modo, asseverou que a EpC a diferença da Lei Orgânica de Educação (LOE) "não se trata de uma lei aprovada no Parlamento" mas sim de alguns Reais Decretos que por sua "iniqüidade não reclamam sua aceitação".

"O Governo transpassou com esta matéria os direitos humanos universais garantidos na Constituição", asseverou e precisou que o Estado se adota "competências do âmbito familiar" ao tratar questões como "os sentimentos, a identidade ou o sentido da vida".

O Arcebispo advertiu que "a ditadura das consciências é o pior dos totalitarismos" e recordou ao Governo que "nunca é tarde para retificar".

"Não vejo outra opção", insistiu o Cardeal Cañizares e precisou que a Igreja "não vai contra ninguém" mas sim "em defesa de um verdadeiro humanismo".