Uma anunciada obra editada pela Biblioteca Vaticano restaurará a verdade histórica sobre Os Cavaleiros da Ordem do Templo –conhecidas como Templários-, cuja existência e ulterior desaparecimento foram motivo de numerosas especulações e lendas.

O Papa Bento XVI próximo receberá a primeira cópia de uma volumosa obra que terá apenas 799 exemplares numerados, publicada sob o nome de "Processos contra Templários: Investigação Papal sobre os julgamentos dos Templários".

"É um marco, porque é a primeira vez que estes documentos são divulgados pelo Vaticano, o que lhe dá um selo de autoridade a todo o projeto", disse Barbara Frale, uma catedrática nos Arquivos Secretos do Vaticano, em uma entrevista com a Agência Reuters.

"Nunca antes se mostraram documentos originais dos julgamentos contra os Templários", adicionou.

Os Cavaleiros da Ordem do Templo foram fundadas em 1119 por nobres europeus que juraram proteger aos peregrinos cristãos que visitavam a Terra Santa depois de que os Cruzados capturassem Jerusalém em 1099.

Graças a um engenhoso e revolucionário sistema de administração econômica desenvolvida pelos membros não combatentes da Ordem, os Templários acumularam uma significativa fortuna, com a qual ajudaram a financiar as guerras de alguns reis europeus.

O declive da Ordem começou depois da queda da Terra Santa em mãos muçulmanas ao final do século XII.

Os Templários foram acusados de heresia pelo rei Felipe IV da França, um acérrimo inimigo dos cavaleiros e a quem devia uma fortuna, e propiciou que o Papa Clemente V suprimisse a Ordem em 1312.

A coleção de documentos até agora desconhecidos inclui o Pergaminho de Chinon, que contém frases nas que o Papa Clemente V absolve aos Templários dos cargos de heresia, evidenciando assim que a queda histórica da Ordem de Templo se deveu tanto à perda de sua missão como a razões de oportunismo político.