Uma autêntica luta contra a grave epidemia de AIDS na África requer a difusão de uma visão genuína e integral da sexualidade humana, diz o Papa João Paulo II em uma mensagem publicada hoje no Vaticano na Jornada Mundial dos Doentes que se celebrará no próximo dia 11 de fevereiro.

O tema da próxima Jornada Mundial dos Doentes é  Cristo, esperança para a África”; e a celebração principal terá lugar no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Yaundé (Camarões).

Na mensagem, datada de 8 de setembro, o Papa afirma que os conflitos e guerras em muitas regiões da África “dificultam as intervenções para prevenir e curar” as enfermidades que “devastam o continente”.

“Exorto -continua- àqueles que tenham a possibilidade  a acabar com estas tragédias. Recordo aos responsáveis pelo comércio de armas o que tenho escrito: ‘Quem alimenta as guerras na África mediante o tráfico de armas são cúmplices de crimes odiosos contra a humanidade’”.

Referindo-se em concreto ao problema da AIDS, João Paulo II lembra que “para combater de modo responsável, é necessário que aumente a prevenção mediante a educação ao respeito do valor sagrado da vida e a formação à prática correta da sexualidade”.

Neste sentido, sublinha que as infecções devidas ao contágio por via sexual podem ser evitadas “principalmente mediante uma conduta responsável e a observância da virtude da castidade”.

O Papa  faz insistência no dever dos governos e autoridades civis de informar corretamente sobre a AIDS, assim como de investir na educação dos jovens e a saúde. Depois de elogiar às “indústrias farmacêuticas que se comprometem em baratear os remédios para tratar a AIDS", o Santo Padre lembra “com admiração aos numerosos agentes sanitários, assistentes religiosos e voluntários que, como bons samaritanos, consomem sua vida junto às vítimas da AIDS e cuidam de suas famílias”.

“A celebração da Jornada Mundial dos Doentes –escreve- oferece a todos a possibilidade de compreender melhor a importância da pastoral da saúde”.

“Precisamente no momento da doença se expõe com urgência a necessidade de encontrar respostas adequadas às questões últimas sobre a vida do ser humano: as questões sobre o sentido da dor, do sofrimento e da própria morte, considerada não só como um enigma com o que terá que enfrentar-se com esforço mas sim como um mistério no qual Cristo incorpora a si nossa existência”, conclui a mensagem papal.