A Ministra da Saúde Maritza Cuan desmentiu o polêmico relatório apresentado ontem nesta capital pela organização anti-vida Human Rights Watch (HRW) segundo o qual no último ano morreram 80 mulheres nicaragüenses pela penalização do mal chamado aborto terapêutico.

Como parte da ofensiva internacional contra a legislação pró-vida da Nicarágua, Angela Heimburger, investigadora das Américas para a Divisão de Direitos da Mulher do HRW apresentou um "estudo" intitulado "Por sobre seus cadáveres: Denegação de acesso à atenção obstétrica de emergência e o aborto terapêutico na Nicarágua".

Embora na apresentação, Heimburger assegurou que 80 mulheres morreram pela proibição do aborto, a Ministra Cuan assegurou que até inícios de agosto o Ministério registrou 54 mortes maternas, uma menos que a cifra registrada o ano passado para o mesmo período.

Cuan explicou que as causas das mortes de acordo a ministra estão relacionadas, em sua maioria, com a dificuldade de acessar a unidade de saúde, síndrome hipertensivo, hemorragias e intoxicações. Também se associam a situações de violência, mas não à proibição do aborto terapêutico.

Por sua parte o doutor Rafael Cabrera, membro da Associação Nicaragüense pela Vida (Anprovida), qualificou de "absolutamente falso" a denúncia do HRW e precisou que a maioria de mortes maternas –conceito que agrupa as mortes ocorridas do primeiro dia da gravidez até seis semanas depois de nascer à criança– se relacionam a causas não obstétricas como suicídios, homicídios, assassinatos, acidentes de trânsito e, em menor parte, a complicações de caráter obstétrico.

"É uma manipulação, querem enganar, até nos países onde se permite o aborto como a Índia, as mortes maternas são elevadíssimas, mortes maternas há em todos os países do mundo", indicou Cabrera.

Em efeito, o "relatório" do HRW foi desqualificado pela própria Heimburger quando precisou ante a imprensa que das 80 mulheres mencionadas, só onze morreram por razões vinculadas ao abortou terapêutico.

"Em realidade as mulheres morreram pelo efeito intimidador da (proibição) do aborto", argüiu a funcionária abortista e disse que "com a penalização do aborto (as cifras sobre mortes maternas) estão incrementando mais".

Heimburger pressionou a Corte Suprema de Justiça nicaragüense para que faltasse a favor dos recursos de inconstitucionalidade apresentados pelas abortistas desde janeiro passado contra a penalização do aborto.

Tentativa desesperado

Carlos Polo, Diretor para a América Latina do Population Research Institute (PRI), destacou que esta é a primeira vez que uma autoridade desmente as cifras de morte difundidas pelas feministas abortistas.

"É evidente que estão se desesperadas e por isso mentem. Os bispos, os grupos pró-vida são os que sempre saem ao frente a desmentir estas campanhas, mas esta deve ser a primeira vez que uma autoridade como a Ministra Cuan, esclarece situação", indicou.