A Congregação para a Doutrina da Fé (CDDF) rechaçou a aprovação das supostas aparições de "Nossa Senhora de Surbiton", que a britânica Patricia de Menezes alega ter tido desde 1984. A mulher já tinha solicitado a aprovação aos bispos ingleses em 2001 e ao negar a recorreu ao mencionado dicasterio vaticano.

Menezes, uma joalheira de 67 anos, afirma ter uma mensagem divina que pede à Igreja proclamar mártires a todos os bebês assassinados em abortos. Além disso, também fundou a comunidade da Divina Inocência, conforme informa o jornal The Telegraph.

A CDDF afirma na declaração emitida por este caso que existiam quatro pontos que geravam preocupação: exagerada as afirmações da comunidade da Divina Inocência, as palavras e frases inapropriadas atribuídas a Jesus, a questionável exigência sobre o status das crianças abortados; e a linguagem ofensiva utilizada nas "inspirações" para atacar a autoridades da Igreja.

O Secretário da CDDF, Dom Angelo Amato, comentou que as afirmações de Menezes são "exageradas". "Um mártir é alguém que testemunha sua fé em Cristo. Se as vítimas do aborto qualificassem para o martírio, então todas as vítimas do mal moral deveriam também sê-lo", explicou.

Por outro lado, o Arcebispo de Southwark (onde vive Menezes), Dom Kevin McDonald, assinalou que é "consciente de que muita gente devota, profundamente comprometida com o movimento pró-vida, está envolvida com a Divina Inocência. Desejo alentá-los em seu trabalho e oração, mas em vista das observações da Congregação para a Doutrina da Fé, este trabalho não tem que estar no contexto da organização ou espiritualidade da Divina Inocência".