O jornal oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, rechaçou energicamente o aborto dos gêmeos italianos que ocupou as primeiras paginas dos meios locais.

O arrepiante caso ocorreu no hospital São Paolo de Milão onde uma mulher de 38 anos de idade decidiu abortar um dos filhos que esperava porque diagnosticaram provável síndrome de Down. Durante o procedimento, os irmãos mudaram de posição no ventre e os médicos abortaram o outro bebê. Depois de descobrir o "engano", a mulher retornou ao hospital para um segundo aborto e acusou aos médicos por negligência.

"É a cultura da perfeição a qual obriga às pessoas a excluir tudo aquilo que não reluz formoso, esplêndido e positivo", sustenta o jornal em sua nota editorial e recorda que "ninguém tem o direito de suprimir outra vida. Ninguém tem o direito de tomar o lugar de Deu. E ainda assim os inocentes seguem morrendo".

Uma senadora católica explicou que o engano foi possível devido às leis que permitem a seleção de embriões.

"Eu acredito que, depois de 30 anos, é tempo de revisar a lei do aborto", sustentou a senadora Paola Binetti, integrante do comitê nacional de bioética.

Ao mesmo tempo, a Ministra da Saúde, Livia Turco se horrorizou pela "tragédia" mas defendeu a norma de 1978, que permite às italianas abortar nos primeiros três meses de gravidez e depois deste tempo quando há alguma má formação.