Através de um artigo publicado na revista Vitral, a doutora María de la Luz Casas recordou a médicos e estudantes que o exercício da medicina deve estar motivado pelo desejo de conhecer as ciências para ajudar ao paciente, pois "saber por conhecer pode ser bom, (mas) saber para servir pode ser melhor".

"Possivelmente soe estranho pedir que amemos nossos pacientes, possivelmente seja melhor dizer: comprometamos-nos com seu bem. Somente assim poderemos alcançar a verdadeira realização do outro e do próprio povo", expressou a médica no último número de maio-junho de Vitral, revista sociocultural da Diocese de Pinar del Río.

Nesse sentido, recordou que frente ao paciente não só se deve ver um corpo e como funciona este, mas também se deve transcender e ver que se está ante "um ser auto-reflexivo e autônomo", um ser com um sentido em sua vida "que merece respeito em virtude de ser pessoa".

Do mesmo modo, advertiu que um dos problemas da tecnologia atual é "considerar o homem a serviço da ciência", esquecendo que embora o conhecimento seja um bem em si, só deve aplicar-se àquele que promova a humanização da pessoa.

"Vivemos a era da ciência e este é um poder que com muita freqüência ocasiona abuso, discriminação e corrupção, por estar relacionado na prática com o âmbito político e econômico. Quando a ciência se relaciona com o poder, desumaniza a quem a possui, porque o homem se torna meio de utilização desse poder", assinalou.

Em seu artigo, a doutora Casas também abordou o tema da eutanásia, e indicou que "o pensamento eutanásico minimiza o valor da vida e leva a pessoa a exercer segundo sua utilidade econômica ou social, esquecendo que uma parte fundamental do por que da vida humana é sua própria existência, participando de um processo de desenvolvimento humano, próprio ou ajudando a humanizar a outros".

Finalmente, citando o médico e psiquiatra espanhol Aquilino Polaino, recordou que na relação medico - paciente "se não se pode curar, deve-se ajudar; se não, consolar, e se não, acompanhar".