BUENOS AIRES, 29 de jul de 2007 às 00:30
O Arcebispo Emérito de Resistência, Dom Carmelo Giaquinta, assinalou em sua homilia do domingo passado que se "os próprios afãs apostólicos" e o ativismo estão por cima da "escuta amorosa da Palavra de Jesus" muitos católicos seguiriam "desertando da Igreja".
Ante esta realidade de nossos dias, o Prelado questionou: "por que não nos colocamos a revisar qual é o eixo principal de nossas comunidades paroquiais e centros de formação? Qual o eixo vital dos quais temos uma missão apostólica a cumprir: clérigos, religiosas, laicos? É a escuta amorosa da Palavra de Jesus? Ou os próprios afãs apostólicos? Se fosse este último, a gente seguiria desertando da Igreja. Se queremos frear esta sangria, voltemos para eixo de nossa vida".
O Evangelho do domingo "nos leva tanto a considerar o bem que podemos fazer ao próximo dando hospedagem ou tratando-o bem, quanto o bem que Cristo, o hóspede divino, nos traz. Por isso o que importa não é obsequiá-lo com uma boa comida, mas sim escutar sua palavra e gozar de sua presença", disse Dom Giaquinta.
"Várias passagens bíblicas se referem à mudança profunda que produz Cristo em nós quando o hospedamos em nosso coração e escutamos sua palavra", afirmou.
"Equivocar-se-ia quem pensasse que os católicos já são suficientemente discípulos. E que o que nos faz falta é ser mais missionários. Interpretaria mal o documento de Aparecida. Nunca seremos suficientemente discípulos", prosseguiu o Prelado e acrescentou que "não é o mesmo ser bom aluno de teologia que discípulo de Cristo. Como tampouco é o mesmo ser missionário que viver trabalhado em excesso em milhares de iniciativas do apostolado".
Há duas semanas, o Arcebispo questionava os fiéis participantes sobre "como realizamos a catequese com nossos filhos e a predicação aos fiéis", porque "muitas vezes damos más aulas de religião, e não verdadeira catequese ou predicação cristã".
Embora tenha reconhecido que a Palavra de Deus "produz fruto conforme se encontra o coração que a recebe", afirmou que "se o catequista ou o pregador não induzissem a abrir o coração mostrando quão bela e saudável é, deveríamos nos perguntar se estamos oferecendo uma Palavra verdadeira".