O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura e o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Paul Poupard, lamentou hoje que a sociedade veja as religiões como "parte do problema" da violência no mundo atual e não como "a solução".

Durante sua exposição no marco do curso do verão da Fundação Universidade Rei Juan Carlos sobre "Bento XVI: Pensamento e proposta no II aniversário de seu Pontificado", que se celebra em Aranjuez, o Cardeal explicou que "as correntes modernas", que vêem "ao terrorismo, a insegurança, a AIDS na África, o conflito do Oriente Médio ou Iraque motivados por questões religiosas", respondem a um "clima espiritual" que pretende voltar "ao paganismo para conseguir uma sociedade feliz e tolerante".

Do mesmo modo, advertiu sobre os especialistas que pode implicar "uma razão privada de qualquer referência moral e religiosa", ao recordar a bomba de Hiroshima, as guerras esquecidas na África, a morte de nascituros e a manipulação de embriões para a pesquisa.

Frente a esta situação, o Cardeal qualificou de "necessidade vital" o "diálogo inter-religioso" para o futuro da humanidade e destacou a "potencialidade" da cultura como "espaço de encontro", já que, conforme afirmou, através dela pode abordar "as grandes questões da existência humana".

"Não pode dar o autêntico diálogo inter-religioso mas é sobre a base da cultura. Todo diálogo intercultural é um diálogo sobre as grandes questões religiosas", assegurou o Cardeal, quem assinalou que o encontro "é possível" porque ao homem "em meio a todas as diferenças é uma só, única e mesma essência". "A natureza humana permite o diálogo entre as culturas", insistiu.