BUENOS AIRES, 15 de jul de 2007 às 20:20
O diretor do Instituto de Bioética da Universidade Católica de La Plata, Juan Carlos Caprile, esclareceu que respeitar os pacientes terminais exige atendê-los e não lhes causar a morte.
O especialista se pronunciou sobre o projeto de lei da província de Rio Negro que permite os pacientes terminais colocarem limites terapêuticos para que não se prolongue sua enfermidade, e esclareceu que os cuidados paliativos ajudam a evitar "sofrimentos extraordinários" aos pacientes terminais.
"Estamos de acordo sobre a citada Legislação em que não se devem empregar métodos desproporcionados às perspectivas de melhoria, evitando padecimentos desmesurados. Mas nos opomos que nesses tratamentos extraordinários se inclua a não hidratação e alimentação enteral ou parenteral sem as quais o paciente morre em um estado de real padecimento por falta das condições básicas que lhe permitam uma morte digna", explicou.
Segundo Caprile, "estes tratamentos razoáveis estão devidamente estabelecidas nos chamados Cuidados Paliativos e ajudam a evitar sofrimentos desnecessários nesses casos".
Neste sentido, assinalou que "as decisões dos pacientes devem ser consideradas a partir de que respeite sua própria vida e a autonomia moral do médico cujo ofício não é destruir a vida mas sim salvá-la", e advertiu que "a relação de liberdade / responsabilidade entre o paciente e o médico não deve ser concebida no sentido de que este substitua a vontade do doente, mas tampouco que o médico tenha que ser o executor da vontade do paciente determinando sua morte, justificando o exercício de uma suposta piedade ante a dor do paciente".
O perito afirmou que o médico deve pôr "toda sua ciência para aliviar seus sofrimentos não só físicos mas também psíquicos e espirituais, componentes da Pessoa Humana, tratando de mantê-lo em uma aceitável qualidade de vida. Quando o paciente está em estado terminal deverá ter hidratação e nutrição básicas assim como o resto dos chamados Cuidados Paliativos evitando empregar métodos extraordinários ou desproporcionados às perspectivas de melhoria".