O Vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola e Arcebispo de Toledo, Cardeal Antonio Cañizares, recordou ao Governo que a verdadeira defesa e promoção da família não se pode reduzir ao apoio econômico anunciado pelas autoridades.

O presidente do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou esta semana que as famílias com residência legal na Espanha receberão uma ajuda de 2.500 euros por cada filho que tenham ou adotem.

Para o Cardeal Cañizares é "muito estranho" que se anunciem estas medidas "e se diga que a família vai bem" enquanto se promovem "leis a favor do divórcio que destroem a família, que desfiguram a verdade da família assentada no matrimônio entre um homem e uma mulher".

Em declarações à imprensa antes de ser investido doutor honoris causa pela Universidade Cardeal Herrera-CEU, o Cardeal lamentou que a Espanha tenha atualmente "uma cultura e uma legislação" que favorecem "as rupturas familiares" antes que o matrimônio.

Neste sentido, pediu reivindicar a "transformação radical da legislação" e favorecer uma educação "que realmente respeite os pais", em alusão à polêmica nova disciplina de Educação para a Cidadania, reclamando do Estado não impor "uma formação moral obrigatória".

Do mesmo modo, o Cardeal assinalou que a educação religiosa defende valores como o amor, a caridade, a dignidade humana, a justiça, o perdão ou a reconciliação, e insistiu em que, tal e como está agora exposta, Educação para a Cidadania "desqualifica" à religião católica porque "diz que não serve para nada".

Ao anunciar o apoio de 2.500 euros, Zapatero disse que "a Espanha, para seguir progredindo, necessita mais famílias e com mais filhos. E as famílias necessitam mais apóio para ter essas crianças e mais recursos para criá-lo a medida que não é retroativa e se aplicará as crianças nascidos a partir de hoje.

Faz alguns meses, o Instituto de Política Familiar (IPF) denunciou que a Espanha é o país da Europa que menos ajuda destina às famílias. A cada 5 euros que se dedica na Europa (de média) à família, na Espanha só se dedica 1 euro. Enquanto todos os países dedicam uma média de 2,24% do PIB à família (que menos dedica), Espanha dedica somente o 0,52% do PIB, sendo o país da UE que menos dedica.