VATICANO, 4 de jul de 2007 às 11:12
Na Audiência Geral de hoje realizada no Vaticano ante cerca de doze mil paroquianos, o Papa Bento XVI apresentou São Basílio, um dos pais do monaquismo, e assinalou que por sua santidade de vida, excelência de doutrina, intensa predicação e atividade caridosa, este monge e bispo do século IV "nos mostra como ser realmente cristãos".
Continuando o ciclo de catequese sobre os Padres Apostólicos, o Santo Padre refletiu sobre o santo bispo de Cesárea da Capadócia, definido nos textos litúrgicos bizantinos como "uma tocha da Igreja" destacando que "tanto a Igreja do Oriente como a do Ocidente o admiram pela santidade de sua vida, a excelência da doutrina e a síntese harmoniosa de seus dotes especulativos e práticas".
Como bispo, São Basílio "mediante a predicação e os textos desenvolveu uma intensa atividade pastoral, teológica e literária" e "favoreceu a fundação de muitas fraternidades ou comunidades de cristãos consagrados a Deus, que visitava freqüentemente".
O Pontífice recordou que São Basílio "é um dos pais do monaquismo" e explicou que foi o protagonista da criação de "um monaquismo especial, não fechado à comunidade da Igreja local, mas sim aberto a ela". A respeito assinalou que "seus monges formavam partem da Igreja particular, eram o núcleo animador que precediam aos fiéis no seguimento de Cristo e não só na fé e no amor, mas sobre tudo mediante obra de caridade. Estes monges tinham escolas, hospitais, serviam aos pobres e deste modo demonstraram a integridade da vida cristã".
"Como bispo e pastor –continuou o Papa– se preocupou constantemente das difíceis condições materiais em que viviam seus fiéis, denunciou com firmeza os males e interveio ante os governantes para aliviar os sofrimentos da população, vigiou pela liberdade da Igreja, inclusive contrapondo-se aos capitalistas para defender o direito de professar a fé verdadeira". Deste modo São Basílio fundou também vários asilos para os mais necessitados, modelos das "instituições hospitalares modernas".
Mais adiante indicou que "igualmente se preocupava com a caridade, como sinal da fé, Basílio "considerava a liturgia o centro de sua vida" e "foi também um sábio reformador litúrgico. Por seu impulso, o povo amou e conheceu os salmos, soube opor-se aos hereges e se dedicou a recompor as divisões dentro da Igreja".
Segundo o programa que se fixou foi "apóstolo e ministro de Cristo, arauto do Reino de Deus, modelo e regra de piedade, pastor das ovelhas de Cristo, médico piedoso, pai, cooperador e agricultor de Deus, construtor do templo de Deus".
"Este é o programa que o santo bispo nos entrega, sobre tudo aos que anunciam a Palavra", indicou o Papa antes de concluir dizendo que Basílio, "foi um homem que nos mostra como ser realmente cristãos".