CARACAS, 3 de jul de 2007 às 18:31
O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Ubaldo Santana, advertiu que uma reforma constitucional "toca a medula" da nação e isso exige que seja debatida por toda a sociedade, e não que seja realizada "em laboratórios ou em grupos fechados".
A reforma constitucional "é um tema preocupante porque toca a medula da organização de uma nação. Para obter a primeira Constituição se realizaram uma série de assembléias e de atos que envolviam de uma maneira participativa e aberta a todo o país. Por isso acreditam que não se pode tocar uma Carta Magna em laboratórios ou em grupos fechados", declarou o Prelado logo depois da inauguração da 88º Assembléia Ordinária Plenária da CEV.
Dom Santana assinalou que um tema relevante como este exige envolver a toda a sociedade, e indicou que "ninguém tem que esperar que lhe convide" para opinar sobre "questões que correspondem a sua família e sua casa".
O Presidente do Episcopado esclareceu que não receberam informação oficial sobre esta reforma e que por isso as declarações se fundamentarão "no que significa uma Constituição, uma reforma, os resultados e as conseqüências que possam ter".
Melhorar a convivência entre venezuelanos
Por outro lado, o Prelado informou que na sexta-feira receberão a visita do Ministro do Interior e da Justiça, Pedro Carreño, a quem manifestarão sua aspiração à paz e seu desejo de que se dê maior importância ao tema da insegurança, "porque vemos que ainda não se aborda com toda a hierarquia que requer o caso".
"Também queremos manifestar nossa colaboração e desejo de dialogar para melhorar o clima interno de convivência, de entendimento e de tolerância entre todos os venezuelanos", expressou Dom Santana.
O Presidente do Episcopado também disse que receberam solicitações de alguns dirigentes estudantis que desejam visitar a CEV. Indicou que "serão recebidos pela comissão episcopal correspondente (e) em seu momento se darão resultados desse diálogo".
"Em nosso Concílio Plenário nós escrevemos palavras muito alentadoras e esperançosas da capacidade que têm nossos jovens de transformar a sociedade. Têm feito no passado e temos que acreditar que também são capazes de fazê-lo no presente e, por isso, devemos dar espaços necessários para que possam intervir", assinalou.
O também Arcebispo de Maracaíbo recordou que todas as manifestações que se realizem nas ruas devem respeitar as vias institucionais e constitucionais, sem recorrer à violência.
A 88º Assembléia Ordinária Plenária da CEV acontece até sábado, 7 de julho.