O Foro Catalão da Família organizou esta semana em Barcelona uma mesa redonda de especialistas, que incluiu o Arcebispo Emérito da Cidade, Cardeal Ricardo María Carles, para explicar por que os pais têm direito à objeção de consciência frente ao ataque ideológico sobre seus filhos que supõe a disciplina de "Educação para a Cidadania".

Além do Cardeal Carles, a mesa redonda incluiu Jorge Buxadé, Presidente do Foro Catalão da Família, e Ramón Novella, educador, professor universitário e Presidente da Associação Profissionais pela Ética da Cataluña.

Durante a reunião o Cardeal catalão manifestou que atualmente "existe uma batalha cultural, centrada principalmente na família, na vida e no direito dos pais à educação de seus filhos".

"É preciso conseguir uma síntese entre fé e cultura", disse o Cardeal Carles, e recordou que a educação "não é apenas um direito, mas sim um dever dos pais, ao qual não podem renunciar".

"O Estado não pode introduzir uma concepção da pessoa, da vida e do mundo que suplante a educação escolhida pelos pais", disse também o Cardeal; quem denunciou que "detrás da disciplina há uma antropologia errônea, que contém uma doutrina sobre o ser e o dever ser do homem, a fim de reger sua conduta individual e social. dentro de suas colocações não há nenhuma referência ao bem ou ao mal, ao matrimônio e a família, e desaparece qualquer vínculo entre sexualidade e matrimônio".

O Cardeal também recordou a postura da Conferência Episcopal Espanhola, que "rechaçou esta matéria não só por sua forma, mas por seu fundo, e que tem feito um pedido aos pais para que defendam o respeito a seus direitos frente a esta intromissão, pelos meios que considerem mais oportunos".

Por sua vez, Ramón Novella assinalou que esta disciplina "foi imposta sem diálogo nem consenso com os setores afetados"; e denunciou seu caráter obrigatório e avaliável, assim como a falsidade dos argumentos utilizados em sua defesa.

Novella destacou também as declarações de alguns de seus partidários, que manifestaram que seu objetivo é formar em ideologia às crianças com menos convicções morais, e que "é um projeto chave desta legislatura, para conseguir formar suas mentes mediante uma doutrinação encoberta sob conceitos aparentemente positivos".

O Presidente da Associação Profissionais pela Ética enumerou os conteúdos mais alarmantes de "Educação para a Cidadania":

· A defesa do subjetivismo ético.
· A ideologia laicista.
· O positivismo jurídico.
· O feminismo radical.

"Sob tais colocações se esconde uma concepção da pessoa que é considerada como um ser sem transcendência, incapaz de conhecer a verdade nem objetivar o bem, e com uma visão da sexualidade que é o resultado do desejo e da eleição de sua orientação sexual, recolhendo a ideologia de gênero", adicionou.

Por este motivo, Novella defendeu a campanha a favor da objeção de consciência ante a disciplina que iniciou sua associação, junto com um grupo de cerca de trinta entidades, que conta com o apoio dos Foros Catalão e Espanhol da Família.

"A objeção apresenta a vantagem de ser um direito constitucionalmente reconhecido, que pode exercitar-se com facilidade e pode permitir uma grande mobilização social".

"Para que a campanha seja um êxito -explicou- é preciso que se impliquem as mães e pais de alunos, as AMPAS, os meios de comunicação e os centros educativos… desta forma se poderá obter uma cifra elevada de impedimentos, para destacar o rechaço da disciplina entre os cidadãos".

O dirigente informou finalmente que, apesar das pressões e ameaças da Administração e da direção de alguns colégios, já chegaram mais de 4000 solicitações de objeção de consciência em toda a Espanha, e também se produziu a objeção por parte de um colégio inteiro.