O diretor do Escritório de Direitos Humanos do Arcebispado da Guatemala, Nery Rodena, expressou a satisfação desta entidade com a resolução da Corte de Constitucionalidade que ratificou a condenação a 20 anos da prisão do coronel Byron Disrael Lima Estrada, seu filho, o capitão Byron Lima Oliva, e o Pe. Mario Orantes, pelo delito de "cúmplices" de assassinato em 1998 do então Arcebispo, Dom Juan José Gerardi.

"Para nós é um fato histórico ter conseguido uma sentença definitiva em um caso que foi tão polêmico, mas no qual se demonstrou a responsabilidade dos condenados", afirmou Rodena, e anunciou que pedirão a Promotoria para nomear uma equipe especial que continue as investigações do crime, no qual estariam implicados outros militares.

Em 2001 um tribunal condenou os militares a 30 anos da prisão por serem "co-autores" do homicídio. Entretanto, em 22 de março de 2005 uma Corte de Apelações mudou a pena para 20 anos mudando a figura de "co-autores" pela de "cúmplices". Esta sentença, apelada pelos condenados, foi ratificada recentemente pela Corte de Constitucionalidade, máxima instância jurídica da Guatemala.

Em 26 de abril de 1998, aos 75 anos, Dom Gerardi foi assassinado com vários golpes na cabeça. O fato ocorreu na garagem da casa paroquial da igreja São Sebastião a 54 horas de publicar o texto "Recuperação da Memória Histórica: Guatemala nunca mais", sobre a guerra civil de mais de 30 anos e que atribuiu ao exército a maioria das 55 mil violações dos direitos humanos.