Em um comunicado elaborado junto à comunidade luterana, a Igreja Católica na Alemanha felicitou a decisão do Conselho Nacional de Ética de pronunciar-se contra autorizar “no momento atual” a clonagem de embriões com fins científicos embora lamentaram que seus membros não tenham dado uma resposta unitária.

O presidente do Conselho, Spiros Simitis, declarou que seus integrantes -cientistas, teólogos, políticos e representantes da indústria- mostraram-se divididos e aqueles que apóiam a clonagem com fins terapêuticos deram seu voto ao "não provisório" porque na Alemanha não seria possível aplicar politicamente nenhuma outra decisão.

A comissão -instaurada pelo governo do chanceler alemão, Gerhard Schroeder- só pode emitir recomendações, sem que suas decisões sejam vinculantes.

Cinco de seus membros, opositores da pesquisa com células tronco embrionárias, exigiram que se mantenha a proibição de clonar embriões vigente no país. Do contrário, conforme afirmaram, "destruiriam-se embriões fabricados a propósito para fins de pesquisa".

Entretanto, outros cinco comissionados se manifestaram a favor de manter a proibição dado o atual desenvolvimento da ciência, embora se pronunciaram contra manter tal norma "eternamente". Conforme explicaram, nestes momentos as possibilidades de êxito da clonagem de embriões é insegura e, além disso, se precisa um alto número de óvulos, um pouco moralmente questionável.

Por sua vez, a Ministra de Educação e Ciência, Edelgard Bulmahn, considerou adequada a recomendação do Conselho Nacional de Ética e afirmou que no momento não há nenhum motivo para modificar a proibição legal de clonar embriões. Entretanto, acrescentou que terá que revisar a lei no futuro, à luz de novos desenvolvimentos científicos.

O Parlamento alemão decidiu em 2003 aplicar uma ampla proibição a clonagem.