A Assembléia Geral da OEA aprovou a nomeação de uma proeminente abortista boliviana como membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Trata-se da advogada Julieta Montaño, representante institucional do Comitê Latino-americano e do Caribe de Defesa das Mulheres (CLADEM) e uma das mais férreas promotoras do aborto como direito.

Montaño foi apresentada pelo Governo da Bolívia por sua "longa trajetória dedicada à luta dos direitos de gênero, tanto em organismos de seu país como em internacionais".

O CLADEM surgiu em 1987 em São José da Costa Rica, quando um conjunto de grupos feministas do continente descobriram que a melhor maneira de empurrar a agenda comum era estabelecendo uma rede articulada, reunindo o material, a experiência e os recursos que cada um tinha acumulado.

Em 1997, quando trabalhava como porta-voz do Escritório Legal para a Mulher da Bolívia, associada ao grupo abortista Católicas pelo Direito de Decidir, Montaño e assegurou textualmente que "o aborto é um direito humano que deve ser legalizado nos países da América Latina".

Além disso, no ano 2004, Montaño apresentou um projeto de lei sobre "Direitos Sexuais e Reprodutivos" que consagrava "o direito a exercer uma sexualidade prazerosa, responsável e livremente decidida, sem limites exceto por aqueles assinalados expressamente por lei".

Embora o projeto de lei desatasse preocupação e polêmica entre a população, foi aprovado pelo Parlamento e só se deteve quando o Presidente Carlos Mesa decidiu devolvê-lo ao Senado para que seja revisado antes de assiná-lo.

Evidentemente contrariada pelo atraso de sua lei, Montaño lançou uma campanha contra a Igreja Católica e acusou o Núncio Apostólico na Bolívia de intervir nos assuntos do estado.

Montaño acusou à Igreja de lançar uma "guerra suja" contra a saúde reprodutiva, o aborto e o controle natal; e atuar motivada por "o temor de perder o controle sobre os corpos humanos das demais pessoas".

Em mais de uma ocasião, Montaño assinalou ante a imprensa que a Bolívia ratificou as declarações das Nações Unidas, Cairo e Pequim, e que por isso "está obrigada a ajustar sua legislação às normas internacionais", em temas como o aborto.

Desde seu Escritório, desdobraram-se várias campanhas para promover a legalização do aborto na Bolívia, uma medida que ainda não foi adotada mas que segundo vários analistas, poderia ser introduzida no regime de Evo Morales.