O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, reafirmou que a totalidade do terceiro segredo de Fátima já foi revelado e negou energicamente que exista, como alguns afirmam, um quarto segredo aonde se fala de uma "apostasia" da Igreja.

Em entrevista concedida a Rádio Vaticano, o Cardeal recordou que ele já apresentou "em transmissão televisiva o texto autêntico, as quatro páginas, quer dizer o texto único redigido por Irmã Lúcia. As palavras do terceiro segredo estão contidas nessas folhas e não existem outras palavras escritas por Irmã Lucia sobre o terceiro segredo. As outras palavras foram inventadas, formuladas por outras pessoas e não correspondem às escritos por Irmã Lúcia".

"Então, estou extremamente convencido pela documentação do Arquivo Secreto do Santo Ofício, que foi levada -como se sabe- em 1957 a Roma, ou seja pelas declarações explícitas, pessoais de Irmã Lúcia em presença do Bispo de Leiria, que não há outro: o terceiro segredo é isto, da primeira à última palavra".

"Não continuou e não existe para nada alguma profecia da apostasia da Igreja, como muitos desejariam que houvesse. Repeti-o: Como é possível que a Virgem, Mãe da Igreja, que acompanha à Igreja, sobre tudo, que ajuda o Papa e os bispos, como invocou João XXIII faça uma profecia para dizer que existiria uma apostasia da Igreja? A Igreja é fiel: 'portae inferi non praevalebunt', também os homens e as mulheres da Igreja podem trair sua fé", mas "A Igreja é fiel! A Igreja é ajudada pela assistência do Espírito Santo para conservar intacta a fé", esclareceu.

Ao comentar, em seguida, seu livro "A última vidente de Fátima" escrito com a colaboração do vaticanista Giuseppe De Carli, o Cardeal explica que é o Papa Bento XVI quem apresenta o texto e que "ele mesmo explica por que o faz, na apresentação,: 'trabalhamos juntos para a publicação do terceiro segredo de Fátima', e quis que esta minha memória dos encontros com Irmã Lúcia também estivesse marcada, de algum modo, por sua carta de apresentação que é muito bela, como o comentário extraordinariamente profundo que faz o Papa na publicação do terceiro segredo".

Finalmente o Cardeal Bertone assinalou que "sempre dissemos que não se trata de um julgamento infalível a aplicação do terceiro segredo a João Paulo II, mas é uma prova que existe uma perfeita sintonia entre João Paulo II e o então Cardeal Ratzinger, agora Bento XVI" e que seu livro é "uma ulterior prova da veracidade dos fatos contados por Irmã Lúcia e o terceiro segredo".