O Festival cinematográfico de Cannes (França) reafirmou-se em sua tradição radical ao consagrar como melhor filme uma produção romena que elogia o aborto como um ato de heroísmo.

Em que pese a que não contava com a aprovação majoritária do público, o jure do festival de Cannes decidiu conceder a "Palma de Ouro" a um diretor aficionado romeno, Cristian Mungiu, autor da produção de baixo orçamento "4 Months, 3 Weeks and 2 Days" (4 Meses, 3 semanas e 2 dias), em que narra as vicissitudes de uma estudante para conseguir um aborto ilegal na Romênia comunista.

O filme apresenta como um herói o amigo de uma companheira de estudo que fica grávida, e que tem que atravessar numerosas dificuldades e riscos para conseguir finalmente acabar com a vida do não nascido mediante um aborto ilegal.

A Palma de Ouro foi apropriadamente entregue a Mungiu, de 39 anos, pela  atriz e militante pró-aborto norte-americana Jane Fonda, quem assinalou que sofreu uma "conversão" desde sua separação do magnata televisivo Ted Turner, segue sendo uma fervente partidária do aborto.

O filme pró abortista derrotou outros 29, incluindo algumas produções de alto calibre como os filmes dos diretores Quintin Tarantino, os irmãos Coen e Wong Kar-wai.