Dec 31, 2025 / 12:49 pm
“Que minha presença, seja nas celebrações, na confissão, na direção espiritual ou como psicólogo, ajude as pessoas a se aproximarem de Deus e a se converterem”, disse à ACI Digital Henrique Benevenuto de Souza, 74 anos, viúvo, psicólogo e professor que foi ordenado sacerdote no sábado (27), na Catedral Basílica Nossa Senhora de Lourdes, em Apucarana (PR), junto com outros quatro padres.
A missa de ordenação celebrada pelo bispo de Apucarana, dom Carlos José de Oliveira, também marcou a conclusão do Ano Santo na diocese. Para o bispo, essa coincidência “representa um grande dom para a igreja particular, uma graça e um sinal concreto de que Deus continua a cuidar do seu povo”.
Na homilia, dom Carlos disse que o neossacerdote Henrique acompanhou a história da diocese desde sua fundação em 1965 e que sua ordenação é uma homenagem às gerações que construíram a história da diocese. “Não há idade ou condição que impeça alguém de servir a Jesus Cristo”, disse dom Carlos.
Henrique cresceu em uma família católica e conta que sua vocação começou quando tinha cinco anos, ao ver o irmão mais velho ir para o seminário. “Eu me lembro do papai levando meu irmão numa carrocinha, ele com a malinha indo para o seminário e a mamãe chorando. Eu chorava porque queria ir junto”. O irmão só ficou um ano no seminário, mas Henrique continuou com vontade de ser padre.
Em 1967, aos 16 anos, Henrique entrou para o seminário de Apucarana, ficou seis anos, saindo e voltando duas vezes. Neste período, conheceu aquela que se tornaria sua mulher, Teresinha Prada de Oliveira, a Tereca, como era conhecida. “Eu me declarei e ela disse que rezava para eu ser padre. Eu respondi: então você muda sua oração, ou me aceita”.
Eles namoraram, noivaram, casaram e tiveram dois filhos. Mesmo casado, Henrique nunca se desligou da vida sacerdotal. Lecionou por muitos anos no seminário de Apucarana e mantinha intensa convivência com padres e seminaristas. “Minha casa sempre foi muito abençoada, cheia de seminaristas, padres, bispos. Minha esposa dizia sempre que precisamos rezar muito pelos padres pois sem padre não tem eucaristia e sem eucaristia não temos nada”.
Teresinha morreu há quatro anos. Um ano depois de sua morte, Henrique recebeu o convite de dom Carlos para ser diácono permanente. Ele aceitou.
Certo dia, enquanto se paramentava para uma celebração, o bispo quase o chamou de “padre” e Henrique brincou: “Isso é uma profecia ou um erro?”
Dom Carlos respondeu que dependia dele. Henrique escreveu a carta pedindo admissão ao sacerdócio, e o conselho diocesano aprovou por unanimidade.
Para o padre Henrique, a história de sua vocação não começou com a morte de Teresinha, “mas começou lá atrás, com meu irmão, com as tentativas do seminário’’.
“A vocação é um mistério, hoje pensando em tudo aquilo que aconteceu na minha vida, eu não sabia, ninguém sabia, mas Deus sabia desde toda a eternidade que tudo ia afunilar e chegar aonde chegou”, disse.
“O sacerdócio é um chamado e o chamado é um mistério. Dom Carlos um dia disse: ‘mistério a gente não questiona, mistério a gente aceita e vai’. Então, aceitei e estou indo”, concluiu.
Na missa, também foram ordenados os padres Gabriel Fidelis da Silva, João Vitor Oliveira dos Santos, Mateus Fiuza e Raphael Lemes Rodrigues Pavanelli, naturais de diferentes cidades da diocese.
Dom Carlos disse que as ordenações são fruto da oração do povo, do trabalho vocacional e da dedicação dos formadores. Ele concluiu a missa exortando os neossacerdotes a serem “homens dos sonhos de Deus”, profundamente enraizados na oração, na eucaristia e na devoção a Maria.
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar