Dec 25, 2025 / 12:14 pm
Em sua primeira mensagem Urbi et orbi de Natal como papa, Leão XIV exortou o mundo a abraçar a “responsabilidade” como o caminho para a paz, falando sobre o sofrimento das pessoas em Gaza, no Iêmen e dos que fogem da guerra e da pobreza como refugiados e migrantes.
Diante de cerca de 26 mil pessoas reunidas hoje (25) na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa apareceu na varanda central da basílica de São Pedro para proferir a tradicional bênção de Natal “à cidade [de Roma] e ao mundo”, oito meses depois de sua eleição em 8 de maio.
Num dos trechos mais evocativos da mensagem, o papa citou Wildpeace, poema do poeta israelense Yehuda Amichai, contrastando “a paz de um cessar-fogo” com uma paz mais profunda que chega inesperadamente — “como flores silvestres” — depois do esgotamento e do conflito.
“Irmãs e irmãos, eis o caminho da paz: a responsabilidade”, disse Leão XIV. “Se cada um de nós, a todos os níveis, em vez de acusar os outros, reconhecesse em primeiro lugar as próprias falhas, pedisse perdão a Deus e, ao mesmo tempo, se colocasse no lugar dos que sofrem, mostrando-se solidário com os mais fracos e oprimidos, então o mundo mudaria”.
O papa fundamentou seu apelo na proclamação cristã de que Cristo “é a nossa paz”, dizendo: “Sem um coração livre do pecado, um coração perdoado, não se pode ser homens e mulheres pacíficos e construtores de paz”.
Falando sobre “faces” concretas da dor contemporânea, Leão XIV disse que, fazendo-se homem, Jesus “assume a nossa fragilidade, identifica-se com cada um de nós: com aqueles que não têm mais nada e perderam tudo, como os habitantes de Gaza; com quem está a braços com a fome e a pobreza, como o povo do Iêmen; com aqueles que fogem da própria terra em busca de um futuro noutro lugar, como os muitos refugiados e migrantes que atravessam o Mediterrâneo ou atravessam o continente americano”.
Ele também falou sobre os que perderam seus empregos, sobre trabalhadores mal remunerados que são explorados e sobre os que estão na prisão e, “muitas vezes, vivem em condições desumanas”.
Leão XIV ofereceu uma “calorosa saudação paterna” aos cristãos, “em especial àqueles que vivem no Oriente Médio”, falando sobre sua recente viagem à Turquia e ao Líbano. “Ouvi os seus receios e conheço bem o seu sentimento de impotência perante dinâmicas de poder que os ultrapassam”, disse ele.
“D’Ele invocamos justiça, paz e estabilidade para o Líbano, a Palestina, Israel e a Síria, ao confiarmos nessas palavras divinas: «A paz será obra da justiça, e o fruto da justiça será a tranquilidade e a segurança para sempre» (cf. Is 32, 17)”, disse o papa.
Ele também orou “de modo especial pelo povo ucraniano tão massacrado”, pedindo que “o barulho das armas acabe” e que as partes envolvidas — “apoiadas pelo empenho da comunidade internacional, encontrem a coragem de dialogar de modo sincero, direto e respeitoso”.
Num panorama mais amplo das crises globais, Leão XIV disse: “Do Menino de Belém, imploramos paz e consolação para as vítimas de todas as guerras em curso no mundo, especialmente as esquecidas; e para quantos sofrem por causa da injustiça, da instabilidade política, da perseguição religiosa e do terrorismo”, citando Sudão, Sudão do Sul, Mali, Burkina Faso e a República Democrática do Congo. Ele também rezou pelo Haiti, país no Caribe, pedindo que “cesse toda a forma de violência no país”, e fez um apelo por um futuro de reconciliação para Mianmar, país no sudeste asiático.
Leão XIV fez um apelo específico para a América Latina, pedindo que “o Menino Jesus inspire todos os que têm responsabilidades políticas na América Latina”, para que, em meio aos desafios da região, “deem espaço ao diálogo pelo bem comum e não a preconceitos ideológicos e de parte”.
Ele concluiu exortando os fiéis a abrir seus corações para os necessitados: “Neste santo dia, abramos o nosso coração aos irmãos e irmãs que passam necessidades e sofrem”, antes de “desejar a todos, de coração, um feliz e santo Natal”.
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