Dec 5, 2025 / 09:58 am
O arcebispo das Forças Armadas dos EUA, dom Timothy Broglio, pediu aos líderes do país que se abstenham de matar não combatentes na luta contra os cartéis de drogas em todo o mundo.
Ao longo do final de 2025, o governo Trump atacou suspeitos de serem operadores de cartéis de drogas no Caribe e no Oceano Pacífico. A Casa Branca tem sido alvo de críticas pelo que alguns têm classificado como bombardeios aéreos indiscriminados e possivelmente criminosos contra supostos navios de narcotraficantes.
Defensores dos direitos humanos criticaram especialmente um ataque que aconteceu em 2 de setembro contra um barco suspeito de se dedicar ao tráfico de drogas, em que os militares lançaram um segundo ataque contra duas pessoas que sobreviveram ao ataque inicial.
Em um comunicado de 3 de dezembro, Broglio reconheceu que “desmantelar as poderosas redes criminosas responsáveis pelo fluxo de substâncias ilegais para nossa nação é uma tarefa necessária e louvável”.
No entanto, “foram levantadas questões sobre o uso da força militar no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico e, como nação, devemos garantir que o uso da força militar seja ético e legal”, disse.
Para Broglio, os métodos para erradicar as drogas e os traficantes dos EUA devem ser “morais” e estar em consonância com a “teoria da guerra justa”, que inclui o respeito pela “dignidade de cada pessoa humana”.
“Ninguém pode ser obrigado a cometer um ato imoral, e mesmo aqueles que são suspeitos de ter cometido um crime têm direito ao devido processo legal”, disse.
O assassinato intencional de não combatentes é proibido em uma guerra justa, ressaltou, e seria “uma ordem ilegal e imoral matar sobreviventes em um barco que não representam uma ameaça letal imediata para nossas forças armadas”.
As forças armadas dispõem de um meio legítimo para garantir que não sejam mortos não combatentes, disse Broglio: as embarcações podem ser interceptadas e abordadas, e os membros da Guarda Costeira podem deter os supostos traficantes de drogas e depois eles seriam submetidos ao devido processo legal perante um tribunal.
“A verdadeira justiça é alcançada por meio de procedimentos legais transparentes, prestação de contas e respeito pela vida, não por meio da violência à margem da lei”, disse o arcebispo.
Broglio — que foi presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA e está à frente da arquidiocese das Forças Armadas dos EUA desde 2008 — disse que o país tem “uma longa tradição de responder à injustiça, libertar os oprimidos e liderar o mundo livre”.
Os líderes “não podem manchar essa reputação com ações questionáveis que não respeitam a dignidade da pessoa humana e o Estado de Direito”, disse.
Broglio exortou os líderes a se absterem de pedir aos soldados que “participem de ações imorais”. Ele disse que, como capelão militar, seu próprio envolvimento na questão tem raízes em uma tradição tão antiga quanto o próprio país.
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