5 de dezembro de 2025 Doar
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Padre de Jales pede desculpa por palavras duras que fizeram fiéis saírem de missa no domingo passado

Padre Telmo José Amaral de Figueiredo em missa celebrada no dia 8 de setembro. | Crédito: Facebook Diocese de Jales (SP).

 “Se eu ofendi alguém com as minhas palavras, que foram duras, reconheço, peço mil desculpas e perdões e me retrato disso”, disse o padre Telmo José Amaral de Figueiredo, da diocese de Jales (SP), ao Canal de Notícias 12, sobre a homilia que fez na missa de domingo (23), Festa de Cristo Rei, na Catedral Nossa Senhora da Assunção. “Agora, eu não posso me retratar da pregação que eu fiz. A pregação é verdadeira, a pregação é do Evangelho, Jesus sempre foi a favor da paz”.

O padre Telmo celebrou as missas de 9h30 e 19h da Catedral Nossa Senhora da Assunção, de Jales, como convidado. Ele fez uma homilia de 20 minutos comentando o Evangelho do Dia, Lucas, 23, 35-43, que narra quando Jesus crucificado recebe o pedido do ladrão condenado e arrependido que está ao seu lado “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reinado” e diz “em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”.

“O primeiro a entrar de volta no paraíso após o paraíso perdido de Adão e Eva, é um bandido, é um criminoso”, disse o padre na homilia.

“Eu aproveitei o fato da leitura nos colocar Cristo perdoando e salvando um criminoso, um criminoso que deveria ter mortes nas suas costas, um criminoso que foi réu confesso para dizer que nós precisamos mudar de postura, nós precisamos ser sempre a favor da vida”, disse o padre ao Canal de Notícias 12.

Ele relacionou a passagem com a operação policial ocorrida no Rio de Janeiro no mês passado contra o grupo criminoso Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão que deixou 121 mortos, entre eles cinco policiais.

“Tempos atrás no Brasil eu assisti uma triste cena de católicos, gente que se diz católica, gente que se diz cristã comemorando, rejubilando, babando de gozo porque cento e tantas pessoas foram mortas no Rio de Janeiro porque eram bandidos.  Eu ouvi de católicos dizendo bandido bom é bandido morto. Matou pouco, devia ter matado mais”, disse o padre Telmo na homilia de domingo.

“Quem pensa assim, eu vou dizer com todas as letras, saia já da igreja, saia já, porque aqui você não merece estar, aqui não é o teu lugar”, acrescentou ele, causando a indignação de alguns fiéis que nesse momento, se levantaram e foram embora da igreja.

O padre Telmo reconheceu que, na empolgação, usou uma “frase infeliz”. “Até peço perdão se com essa frase eu ofendi e magoei alguém, peço perdão de coração mesmo, porque não foi minha intenção”.

“Eu usei palavras que foram um tanto pesadas, eu o reconheço, e novamente insisto, peço perdão de coração se alguém se ofendeu com essas palavras”, disse ele. “Apesar que aquilo ali era uma figura de linguagem exatamente para tocar mais o coração das pessoas, porque infelizmente no nosso país e no mundo hoje está havendo uma onda a favor da violência e violência não resolve nada”.

“Agora, eu não posso me retratar da pregação que eu fiz. A pregação é verdadeira, a pregação é do Evangelho, Jesus sempre foi a favor da paz”, disse ele. “Amem os vossos inimigos, façam bem a quem vos perseguem”, concluiu.

A reação do bispo de Jales (SP), dom José Reginaldo Andrietta

bispo de Jales (SP), dom José Reginaldo Andrietta, publicou uma nota na quarta-feira (26), dirigindo-se aos “irmãos e irmãs de fé que estiveram presentes nas missas presididas pelo padre Telmo” e que se “sentiram ofendidos por algumas de suas afirmações”.

“Na missão que Cristo me confiou de zelar pela caridade e pela unidade na Igreja Diocesana de Jales, dialoguei com o Pe. Telmo sobre o contrassenso dessas afirmações e a falta de respeito e de caridade pelo modo que as proferiu. Ele, reconhecendo seu erro, se dispôs a retratar-se e pedir desculpas”, acrescentou na nota.

Dom José Reginaldo disse hoje (28) à ACI Digital que, em sua nota, ele não se referiu à operação policial no Rio de Janeiro, mas ao modo como o padre Telmo se dirigiu aos fiéis. Segundo o bispo, a orientação para que o sacerdote se retratasse dizia respeito só à forma das palavras utilizadas, e não ao conteúdo da homilia.

Em sua nota, dom Reginaldo também se dirigiu às pessoas que se manifestaram agressivamente à respeito do ocorrido na catedral, algumas delas com injúria e difamação, convidando-as à reflexão e à reconsideração de suas atitudes.

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